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Consumo de vinho no Brasil aumenta durante a pandemia

Tradicionalmente, o Brasil não é um país com histórico no consumo de vinho no mundo, mas a realidade está mudando, e na quarentena da pandemia da Covid-19, o mercado encontrou a força que faltava para impulsionar o consumo de vinhos no país.

Com aumento de 11% no primeiro trimestre de 2020, o consumo de vinhos no Brasil teve um boom surpreendente no segundo trimestre: aumento de 72%, As informações são da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul. Esta realidade foi movida em grande parte pelo confinamento sendo apenas o começo de um consumo cada vez mais regular, daqueles que iniciaram agora, sua caminhada pelo universo da enologia.

O mercado mundial dos vinhos

A pandemia da Covid-19 trouxe incertezas e derrubou mercados mundo afora, sendo o do vinho, um dos afetados. Na Europa, a produção de vinhos caiu consideravelmente. Segundo a OIV- Organização Internacional de Vinícolas e Vinhos, a estimativa média será de 258 milhões de mhl (hectolitros) de vinhos.

Para se ter ideia deste recuo, em 2015, a OIV contabilizou uma média de produção em vinhos de 270 milhões de mhl. Até 2018, essa média se manteve em alta, mas a partir de 2019 houve baixas, sendo que neste ano os números caíram consideravelmente por conta da pandemia.

Segundo a OIV, a justificativa do setor para essa baixa significativa na produção, se dá por conta das limitações impostas pelos governos dos países produtores, como, por exemplo, o fechamento de fronteiras, que dificultam as importações e as normas sanitárias de distanciamento, o que acaba impondo regras na circulação de pessoas e produtos

Além disso, as próprias vinícolas preferiram recuar como um contraposto ao impacto inicial da pandemia. Por conta da incerteza do mercado, as empresas preferiram aguardar e analisar como seria o andamento do mercado financeiro, antes de investimentos altos e arriscados, e mesmo com uma resposta climática mais favorável em 2020

Nas Américas, em especial nos países do hemisfério sul, como Argentina e Chile, que têm história na produção de excelentes vinhos, também houve queda acentuada de produção, com 17% e 13% respectivamente menor em produção de vinhos, em relação a 2019.

Apesar da média baixa, que deverá se manter nos próximos anos até uma estabilidade econômica em todo o mundo, o mercado dos vinhos, porém, ganhou fôlego novo através do e-commerce, fatia do mercado que tinha crescimento lento até então.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o crescimento na compra de vinhos no e-commerce teve um aumento de 27,6%. Na Europa, um site famoso e especializado em vinhos no Reino Unido caiu por conta do alto tráfego de compras, proveniente de Roma na Itália, com um crescimento em vendas, de 240%.

Com a quarentena, o e-commerce se tornou a saída para que o mercado dos vinhos se mantivesse e crescesse, principalmente em países como o Brasil, onde o consumo de vinho ainda não é uma tradição, mas se mostra muito promissor, com uma melhora significativa ano após ano.

O consumo de vinho no Brasil durante a quarentena

O Brasil é um país onde o consumo de vinho ainda é pequeno, porém com um crescimento interessante ao longo dos anos. Hoje, a produção de vinhos no Brasil é uma realidade, inclusive com marcas de alta qualidade e premiadas, com requinte e sofisticação que agradam o mundo todo.

O mercado de vinhos no Brasil apresenta crescimento ao longo dos anos, mesmo com um consumo baixo em relação a outros países com tradição no consumo da bebida. Em 2018, por exemplo, os números mostram que o consumo médio estava abaixo dos 2 litros por pessoa, porém o crescimento foi de 13%. Para 2019, a média foi de 15%.

Durante o período de isolamento total, por conta da pandemia da Covid-19, o consumo de vinho cresceu muito no país, movimentando o mercado e criando o hábito naqueles que não tinham o costume de consumir vinho com regularidade.

Segundo pesquisas, o consumo de vinho passou de 2,31 litros por habitante em 2019, para 2,37 litros só no primeiro semestre de 2020. Outro fator positivo do consumo de vinhos no Brasil, durante a quarentena, é que o vinho nacional se tornou a principal pedida nas lojas e e-commerce no país

A pesquisa atestou que houve aumento de 27,8% em comparação a 2019 na escolha de garrafas nacionais, e isso se deu, principalmente, pelo impacto da alta do dólar, concentrando o crescimento do setor nos vinhos nacionais. As garrafas com preços médios até 70 reais são as mais procuradas, dentre elas os espumantes e vinhos tintos suaves.

Os números surpreendem, principalmente porque os locais mais comuns de consumo e distribuição de vinhos -como é o caso dos restaurantes – foram diretamente afetados pela pandemia no Brasil.

Apesar disto, o setor encontrou no ee-commerce um importante meio de compra e venda de vinhos e que poderá ser incentivado ainda mais nos próximos anos, se tornando o gerador de novos empregos e o impulso do setor na economia do país.

O futuro do mercado de vinhos no Brasil

A estimativa de crescimento para os próximos 5 anos era de 30%, porém, com a pandemia em 2020, é possível que os números sejam revistos, mas, mesmo assim, o Brasil ainda possui chance de crescimento, mesmo que timidamente fortalecido especialmente pela quarentena.

Além disso, esse crescimento durante o período da pandemia criou hábitos novos no consumo de vinho, o que fará com que o brasileiro opte mais pela bebida. Desde 2018, mais de 6 milhões de brasileiros se tornaram apreciadores de vinho.

As vinícolas brasileiras se mostram ainda mais representativas nos próximos anos, já que o custo-benefício é um dos maiores fatores dessa representatividade. Atualmente, o Brasil é o 13º produtor de vinhos no mundo, sendo o quinto maior no hemisfério sul e com exportação garantida para mais de 50 países.

Com vinhos premiados e de excelente qualidade, concorre em igualdade com inúmeras marcas internacionais consagradas, nas principais feiras e eventos de vinhos no país e no mundo.

Para o setor, o mercado do vinho no Brasil só tende a crescer, com novos rótulos nos próximos anos e o investimento em tecnologias que farão do vinho brasileiro um dos mais apreciados do planeta.

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