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Consultório de Rua: programa de saúde para moradores de rua completa 1 ano em Limeira

Foto: Prefeitura de Limeira

O Consultório de Rua, programa da Prefeitura de Limeira (SP), completa neste mês seu primeiro ano de existência. Ao longo desse período, foram realizados 667 atendimentos de saúde a pessoas em situação de rua.

Sob responsabilidade do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), o programa é integrado por médico, enfermeira, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e motorista. Essa equipe sai às ruas às terças e quintas, de manhã e à tarde, para visitas regulares em locais de maior concentração de indivíduos em situação de rua.

Segundo nota oficial da Prefeitura, até hoje, 305 pessoas já receberam algum tipo de cuidado. Dentre os procedimentos mais comuns estão os testes rápidos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como HIV, hepatite e sífilis. Também são feitos testes de gravidez, aplicação de vacinas, curativos, coleta de material para exames análises clínicas e coleta de escarro para identificação de tuberculose.

Após coletado, os exames são encaminhados ao Laboratório Municipal. A enfermeira Rosemeire Tomazin afirma que o resultado é entregue na próxima visita, assim como os medicamentos para o tratamento de eventual doença. Caso sejam necessários procedimentos complementares, a pessoa é direcionada à Unidade Básica de Saúde mais próxima.

Rosemeire enfatizou a relevância do Consultório de Rua durante a pandemia de coronavírus. O programa atuou na vacinação da população de rua contra a Covid-19 e na aplicação de testes rápidos para diagnosticar a doença. “A vacinação contra o coronavírus foi facilitada pela relação de confiança criada entre os usuários e nossa equipe”, comentou.

Outra linha de ação está relacionada ao acolhimento dos usuários de drogas. A enfermeira ressalta que, nessas situações, a equipe procura fazer a “mediação” para encaminhá-los aos serviços especializados. “Trabalhar nesse programa é uma experiência muito gratificante”, avaliou.

JD. ALVORADA

Na terça (10), o local de atendimento foi a área verde no Jd. Alvorada. Mal o veículo do programa estacionou e duas pessoas em situação de rua, um homem e uma mulher, já se aproximaram para uma consulta.

Um deles foi R.M.P, de 40 anos, que há sete anos é morador de rua, período intercalado por algumas tentativas frustradas de retomar o convívio familiar. Enquanto era consultado pelo médico do programa, João Pedro Evangelista, ele aproveitou para fazer testes rápidos de IST’s.

Já conhecido da equipe do programa, R.M.P disse que estava vacinado com as duas doses da vacina contra a Covid-19. Ele também falou sobre os benefícios do atendimento. “É maravilhoso, porque nem sempre o morador de rua tem documentação para ir ao médico. O pessoal aqui dá atenção, faz exames e encaminha a gente para onde tem atendimento”, relatou.

O psicólogo e coordenador do Consultório de Rua, Pedro Henrique Pirovani Rodrigues, observou que a facilidade de interação com a população de rua demorou para ser construída. Esse “vínculo”, ele esclareceu, vem sendo estabelecido gradativamente, à medida que as pessoas atendidas percebem a natureza da iniciativa. “O programa ainda está em processo de consolidação”, observou.

Rodrigues também destacou a importância do Consultório de Rua, sobretudo na perspectiva da política de redução de danos e de agravos à saúde. O psicólogo citou ainda a questão da garantia do direito à saúde, uma das premissas da constituição brasileira. “Esse serviço é fundamental para atender a demanda de saúde da população de rua”, afirmou. “É possível avançar ainda mais”, completou.

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