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Como oferecer apoio a quem precisa?

Foto: Pixabay

Esta semana eu estava lendo a entrevista de Sarah McDonald a BBC News. Ela recebeu diagnóstico de câncer em 2012, submeteu-se ao tratamento e hoje, curada, escreveu um livro que nos ajuda a pensar em como oferecer o apoio ‘correto’ a quem está passando por um tratamento difícil como o dela.

Não raras vezes queremos oferecer apoio e auxílio a quem está doente e passando por algum tratamento, o que talvez não nos demos conta é que algumas ações, algumas frases causam mais angústia ou sobrecarregam, apesar das intenções serem as melhores. Foi pensando nisso que McDonald escreveu seu livro.

Gosto muito da frase “Aprecio quem diz que vai dar tudo certo, mas amo quem diz que ficará, mesmo quando tudo der errado.”, cujo autor é desconhecido, pois ela, a meu ver reflete o apoio na medida certa, isto é, há otimismo nela (vai dar certo), mas há também parceria e suporte (quando afirma que mesmo que as coisas não deem certo ficará). Quem está passando por uma batalha pessoal mais que o otimismo, precisa saber que conta com o apoio, amor, cuidado e companhia em caso de a batalha não ser bem sucedida.

Como disse Marcel Camargo em seu texto para a Revista Psicanálise (2018): “Não basta ter alguém apenas nos falando frases feitas, dizendo que tudo vai passar. Bom mesmo é saber que teremos alguém do nosso lado, haja o que houver, mesmo que nada dê certo, ainda que tudo desmorone de vez.”. Esse é o sentido de estarmos ao lado de alguém que enfrenta duras batalhas da vida, afinal elas nem sempre serão batalhas vitoriosas e frases otimistas apenas podem dar uma sensação de solidão em caso de fracasso nestas batalhas.

“Bom mesmo é saber que teremos alguém do nosso lado, haja o que houver, mesmo que nada dê certo, ainda que tudo desmorone de vez.”, Marcel Camargo.

Em seu livro Sarah McDonald pondera que uma doença grave produz uma profunda sensação de solidão na pessoa e ela escreveu seu o livro com o intuito de que estas “sintam-se menos sozinhas, mais reconhecidas e [percebam] que existem outras pessoas que se sentem da mesma forma”.

McDonald também procura oferecer perspectivas às pessoas que convivem com quem recebeu diagnóstico duro e passam por tratamento difícil, por exemplo como relacionar-se com elas, o que fazer por estas pessoas, o que dizer e, o mais importante, o que não dizer a pacientes com doença rara e difícil.

Vou citar duas recomendações importantes da autora para quem convive com estas pessoas. Uma das principais ‘dicas’ que ela aponta: “Talvez, o melhor a fazer é silenciar e ouvir. Assim você irá aprender quais assuntos deve abordar, incluindo os mais sensíveis, quando abordá-los e o que fazer.” e evitar comparações, por exemplo: “Tenho uma tia que teve esta doença.” Cada um é diferente e os tratamentos e protocolos mudam todos os dias. “A experiência da sua tia será muito diferente da minha.”, afirma Sarah.

Não é fácil estar doente e passar por tratamento difícil e é igualmente difícil conviver com quem atravessa esta situação, por isso estar ao lado, escutar, acolher é sempre muito importante e pode significar um diferencial para a esperança de quem vive todo o processo, pode ser a força necessária para um momento difícil.

Encerro com um convite a reflexão: “As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.” Madre Teresa de Calcutá.

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