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Como foi fazer intercâmbio e ficar em casa de família – Vale a pena?

Fazer um intercâmbio e ficar em uma casa de família parece a opção lógica para muitos estudantes que vão morar fora do país e procuram uma hospedagem mais barata e que os coloque em contato direto com pessoas que vivem a cultura e o idioma local. Mas antes do intercambista tomar essa decisão, as dúvidas começam a surgir: Vou ser bem recebido? Vou ter liberdade durante a minha viagem, ou terei que seguir regras que não estou acostumado? Nesse artigo vou contar como foi nossa experiência em Toronto no começo de 2018, quando passamos 20 dias junto com nossos alunos, em casas de famílias no Canadá.

Assista

Qual a faixa etária ideal para esse tipo de intercâmbio?
Nessa viagem tivemos alunos da faixa dos 15 aos 40 anos. Cada dupla, incluindo eu e meu marido, ficou em uma casa de família em diferentes partes da cidade. Tivemos o cuidado de conversar com todos os alunos regularmente para saber se a estadia estava tranquila e agradável, e o feedback foi unânime: todos amaram suas host families. Os menores de idade eram os únicos que tinham curfew – hora para voltar para casa, e apenas famílias aptas a lidarem com essa responsabilidade são aceitas no programa de intercâmbio. Os mais velhos não deixaram de interagir com as famílias, trocando experiência de vida com eles.

São sempre nativos?
Toronto é uma cidade multicultural. Mais de 50% da população não é canadense, então já sabíamos que as chances de cairmos na casa de uma família canadense seriam pequenas. Mas nem por isso a experiência foi menos legítima; as famílias eram residentes a pelo menos 10 anos no Canadá, e todas estavam cientes que a comunicação deveria ser 100% em inglês enquanto os alunos estivessem presentes. Essa troca de culturas foi muito enriquecedora! Minha host mom era do Caribe, meu host dad era inglês, e o filho adolescente deles nasceu e foi criado no Canadá. Muitas histórias interessantes para ouvir (inclusive espero que minha host mom escreva um livro com todas elas)!

Regras da casa
Como citado anteriormente, apenas os menores de idade tinham horário para estar em casa. O resto de nós pôde entrar e sair de casa no momento que bem entendesse. Algumas regras de boa convivência são comunicadas nos primeiros dias: não faça bagunça, organize sua louça e lixo, não demore no banho, e avise caso você não venha jantar – no nosso pacote o café da manhã e o jantar estavam inclusos. Fora isso, não tivemos que nos preocupar com mais nada.

E a comida?
Quando eu e meu marido chegamos na casa da nossa host family, a primeira coisa que a Sharon nos perguntou foi sobre o que gostamos de comer. Falamos do nosso ódio por pimentão e da nossa vontade de experimentar o que eles geralmente comem na rotina deles. O nosso primeiro breakfast (café da manhã) foi típico: pancakes com maple syrup, cereal, e suco. Os nossos jantares foram fast-food na maioria das noites (como eles sobrevivem com saúde???). Pedimos algo mais caseiro e a família reorganizou o cardápio da janta: passamos a comer arroz chinês, costelinha, batatas, etc. Uma dupla de alunas teve um jantar na primeira noite que não costuma agradar o paladar do brasileiro (salada de maionese com repolho e uvas, comum em alguns países asiáticos, mas não muito bem recebido por latinos). O problema foi resolvido no dia seguinte: a própria família percebeu que as meninas não comeram e o cardápio mudou. As famílias foram muito abertas a conversar e a se adaptarem aos alunos, mas os alunos também precisavam entender que a troca de experiências valeria muito a pena no final das contas.

O que acontece quando você não se adapta à host Family?
Tivemos o caso de um adolescente que não estava conseguindo se adaptar no intercâmbio. Talvez fosse a saudade da família (era a primeira vez que ele fazia uma viagem longa longe dos pais); talvez fosse também toda essa mudança na rotina e a necessidade de falar inglês. Assim que percebemos, conversamos com a coordenadora das famílias para que ela entrasse em contato com a host family desse jovem. Caso resolvido: a família mostrou que se preocupava com o bem-estar dele, e o aluno se sentiu mais à vontade para participar das atividades em conjunto. Você precisa saber quem é o mediador no caso da sua hospedagem em host family e entrar em contato com essa pessoa caso não esteja contente com a sua estadia.

Vale a pena ficar em casa de família no Canadá?
Sim! Um milhão de vezes sim! Além de ser uma opção muito mais em conta, você tem a oportunidade de estar em contato direto com pessoas diferentes de você, talvez imigrantes por alguma razão, e que conhecem o lugar e a cultura muito bem. Aproveite essa oportunidade para melhorar o seu inglês, contar a sua história, se divertir com a sua nova família, nem que seja por um curto período de tempo. Eu ainda mantenho amizade com meus host parents e não vejo a hora de visita-los novamente!

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