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Comerciantes de rojões reagem ao projeto que quer proibir uso de fogos com ruídos em Limeira

Comerciantes do ramo de rojões e fogos de artifício reagiram ao projeto de lei que, caso aprovado, proíbe em Limeira (SP) o uso de fogos de artifícios com efeitos sonoros. A proposta é de autoria do vereador Estevão Nogueira (PSC). O Rápido no Ar mostrou ontem que a sugestão está em trâmite na Câmara de Limeira (veja aqui).

A reportagem do Rápido no Ar conversou com dois dos três comerciantes do ramo existentes na cidade. Um deles é Geraldo Silveira, proprietário do Bazar Caramuru, no Centro de Limeira, e na opinião dele o autor da proposta quer se promover politicamente e o comerciante acredita que o projeto é algo de cunho pessoal do parlamentar. “Ele já apresentou projeto semelhante, mas que era inconstitucional. A partir daí, acredito que se tornou algo pessoal para ele tentar aprovar essa lei na cidade. Também estamos na véspera de eleição e penso que ele quer se promover”, opinou.

Geraldo atua há pelo menos 30 anos no ramo e descreveu que, por conta da pandemia, está há quatro meses sem salário. “Além dessa dificuldade causada pela doença, se o projeto for aprovado vou perder 60% do meu faturamento anual e, infelizmente, o comércio não irá resistir. As fábricas já reduziram o ruído dos rojões e se engana quem pensa que o de efeito luminoso não tem ruído. Alguns fazem mais barulhos do que os de tiros. A soltura de rojões não é frequente, ela ocorre em períodos específicos. Sempre pergunto para a pessoa: ‘você já ouviu barulho de rojão hoje?’. Ao responder essa pergunta, é perceptível que raramente se houve fogos de artifício. Já estamos num momento difícil por conta da proibição de eventos. Com a lei, a situação irá complicar”, completou.

Ainda na opinião de Geraldo, em algumas situações, os fogos coloridos não substituem os que têm ruídos. “No dia 12 de outubro, por exemplo, quando é comemorado o Dia de Nossa Senhora Aparecida, as comunidades católicas soltam rojões às 12h, situação que se tornou tradição. Nesse horário, obviamente, ainda está claro e os fogos coloridos não causam o efeito desejado. Porém, como disse anteriormente, é uma data específica. Na maioria dos dias do ano não se soltam rojões. São em datas específicas, como final de ano, Dia da Padroeira, final de campeonato, entre outros. Enfim, são poucos os dias. Acredito que é possível conciliar as duas situações. Eu, por exemplo, tenho animal e consigo trabalhar essa situação”, descreveu.

O outro comerciante, Anderson Silva, proprietário da Unique Fogos, no Parque Novo Mundo, informou que, em sua opinião, o projeto tem cunho eleitoral. “Creio que o vereador aproveitou-se do período para lançar o projeto, principalmente por conta dos protetores de animais. Acredito que é possível conciliar a situação. Hoje, há protetores auriculares que podem ser usados por pessoas mais sensíveis e também adestramento específico para animais que sofrem com esse tipo de estresse. Além disso, não há só barulho de rojões. E os produtos que fazem outros ruídos, também terão o uso proibido? O uso de rojões não é frequente e, caso a lei seja aprovada, nosso prejuízo será grande”, resumiu Anderson, que está há quase cinco anos no ramo.

A reportagem não conseguiu contato com representantes da empresa Fogos Nilsen.

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