Ícone do site Rápido no Ar

Com reforma do IPI, vai ter fogão e geladeira caindo de preço, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira, 5, que a reforma tributária em estudo pelo governo irá reduzir os preços de diversos produtos, sobretudo com as mudanças que ainda serão propostas para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Muitos preços vão até cair, quando abordarmos a reforma como um todo. Vai ter queda de IPI para melhorar o poder aquisitivo das classes mais baixas. Vai ter fogão caindo 10% de preço, geladeira caindo de preço também. Vamos derrubar alguns impostos importantes”, afirmou, em audiência pública na Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária.

Guedes negou que a reforma tributária possa ter impacto de aumento da inflação. “Esse é território que está relativamente sob controle pelo Banco Central, até abaixo das metas de inflação. Não tenho esse receio que de o IVA trará impacto inflacionário. Algum setor pode aumentar preço para acomodar o imposto, mas muitos poderão reduzir os preços”, argumentou.

O ministro levou pessoalmente ao Congresso, no mês passado, a primeira fase da proposta de reforma tributária do governo, com a criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), com alíquota de 12%. O novo tributo substituirá o PIS e a Cofins.

Responsabilidade fiscal

Guedes alertou nesta quarta-feira que o Congresso Nacional não pode empurrar apenas para a União a conta da reforma tributária. Estados cobram do governo a criação de um fundo para compensar a eventual perda de arrecadação dos governos regionais com a unificação de impostos. “Se vamos entrar no PIS, Cofins, ICMS e ISS vamos mergulhar juntos, corremos o risco juntos. Vamos ter que ter muito juízo e muita responsabilidade fiscal ao invés de achar que é só empurrar a conta da União. Por isso estamos conversando com todos os secretários estaduais de Fazenda”, afirmou.

Competição tecnológica

O ministro da Economia disse que os bancos estão preocupados no mundo inteiro com a competição com novas tecnologias empregadas pelas chamadas fintechs. “O Brasil passou tantas décadas com juros tão altos usando grandes bancos para o endividamento em bola de neve, que os pequenos e médios bancos desapareceram. Houve então uma grande concentração bancária”, afirmou. “Agora, a competição mais importante vem pela ruptura tecnológica. Quem vai apertar os bancos não são mais os pequenos bancos, que perderam essa oportunidade”, completou.
Your browser does not support the video tag.https://static.rapidonoar.com.br/dvs/pizzaravelly.mp4
Fundos

Guedes afirmou que a criação de fundos para compensar perdas de arrecadação de Estados e municípios na reforma tributária pode resultar em um problema maior do que a o da Lei Kandir. “Estou ouvindo falar de fundos de R$ 60 bilhões, R$ 80 bilhões, R$ 100 bilhões. Isso não acontecerá. O Congresso pode até votar um negócio desse. Uma coisa é votar o Fundeb que custa R$ 22 bilhões. Outra coisa é arrumar uma coisa que precisa de R$ 100 bilhões. Quero ver a mágica de fazer isso sem aumentar os impostos.”

Reforma política

Além das reformas econômicas, o ministro da Economia cobrou do Congresso o debate sobre a reforma política.

“Todo congressista quer falar de economia, dou uma sugestão: falem um pouco da reforma política. Estamos há anos vendo o problema da reforma política. Temos que acelerar reforma política, voto distrital, voto distrital misto, tudo isso tem que vir”, considerou. “Temos que aumentar a representatividade”, completou.

Questionado pelos parlamentares, Guedes negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha ordenado a desistência da reforma administrativa. “O presidente não retirou as reformas. Foi o coronavírus que perturbou as reformas administrativa e tributária”, respondeu.

teste
Sair da versão mobile