Ícone do site Rápido no Ar

Com gosto musical eclético, Casagrande fala de projeto dedicado a Adoniran

Não é de hoje que Walter Casagrande Jr. se declara fã de rock. Mas no coração roqueiro de Casão, como ele é conhecido, também cabem outros gêneros musicais. “Cresci ouvindo Belchior, acho que é o maior poeta da juventude dos anos 70 e 80, e também Caetano, Gil, Tom Jobim, Vinicius, Gonzaga, Gonzaguinha”, lembra o ex-jogador e comentarista da Globo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Produzi shows de Raul Seixas, eu tinha 19 anos. Fui muito amigo do Gonzaguinha.”

Essa sua relação afetiva com a música brasileira, que vem de família, também o aproximou de outras grandes obras, como a de Adoniran Barbosa.

No ano passado, quando soube que o acervo do autor de sucessos como Trem das Onze e Saudosa Maloca estava numa sala na Galeria do Rock, em São Paulo, sem que o público pudesse acessá-lo, Casagrande quis fazer algo em prol da memória de Adoniran. “A juventude de hoje nem sabe quem é Adoniran.” Conversou com o amigo, o maestro João Carlos Martins, que topou participar de qualquer iniciativa relacionada a Adoniran que ele realizasse. Casagrande idealizou, então, o Ano Adoniran Barbosa e criou o projeto Adonirando, cuja 2ª edição será realizada nesta terça, 28, no Teatro Porto Seguro, com show de Luiza Possi, Tiago Abravanel e participação do ator Cassio Scapin.

No repertório, a clássica combinação de sucessos e canções menos conhecidas, como Apaga o Fogo Mané e Duas Horas da Madrugada. “Quem não ouviu Trem das Onze e Saudosa Maloca em algum momento da vida? Com 5 anos de idade, eu sabia quem era o Adoniran”, diz “Nos anos 80, quando eu entrei no Corinthians, eu tinha 19 anos Em 82, foi o ano que ele morreu, que a Elis morreu, e não tive oportunidade de conhecê-los pessoalmente, mas eu sou apaixonado pelos dois.”

O primeiro evento Adonirando ocupou o Teatro Municipal em janeiro deste ano, num show que Casagrande montou em um curto espaço de tempo. “Foi um trabalho difícil de fazer, porque fizemos sem dinheiro algum e em praticamente 12 dias.” O tributo reuniu artistas de diferentes gerações e estilos, como Baby do Brasil, Nasi, Arrigo Barnabé, Rappin’ Hood, Demônios da Garoa, Paulo Miklos, que interpretou Adoniran em um curta-metragem (leia ao lado), e João Carlos Martins. “Aconteceram algumas coisas inusitadas, como a Baby cantar com o Rappin’ Hood, e o público amou.”

Em 2019, o homenageado será Luiz Gonzaga, conta Casagrande. Como aconteceu com Adoniran, haverá um primeiro show no Municipal em janeiro. E, para sua realização, está em busca de patrocínio. “Conheci o Luiz Gonzaga através do Gonzaguinha. Gosto muito de música. Meu estilo é rock’ n’ roll, blues, mas sempre ouvi tudo e, hoje em dia, claro, mais maduro, mais decidido, não tenho preconceito com movimentos musicais.”

teste
Sair da versão mobile