A cidade de Limeira (SP) teve um aumento de 38,6% no total de casos de Dengue confirmados em 2020 em relação ao ano anterior. Se comparado a 2018, o aumento é ainda superior, já que o número é mais de 120 vezes maior. Dessa maneira, não se descarta a possibilidade da cidade voltar a viver uma epidemia da doença em 2021.
Segundo dados da Prefeitura de Limeira, o município teve 1.429 casos de dengue confirmados laboratorialmente, ou seja, por meio de exames. E ainda, há 209 registros confirmados por critério clínico epidemiológico e 192 casos suspeitos que aguardam resultado. Se confirmados, devem ser incluídos na estatística de 2020, somando um total de 1830 ocorrências. Neste caso, o aumento em relação ao ano anterior será de 48,9%.
Em 2019, foram 1.031 casos laboratoriais e 198 por critério clínico, um total de 1.229 ocorrências. Em 2018, somente 11 pacientes tiveram a doença, confirmados por via laboratorial.
O secretário da Saúde de Limeira, Dr. Vitor Santos, afirma que tem insistido na necessidade da população intensificar os cuidados preventivos. “Há décadas a Vigilância [Epidemiológica] orienta, fiscaliza e notifica a população quanto à importância de reduzir os criadouros do mosquito vetor. Mesmo durante a pandemia do Covid-19, temos alertado a população para os cuidados”, ressalta o secretário.
Dr. Vitor diz ainda que não é possível afirmar se a curto prazo viveremos um novo surto de dengue como Limeira e várias outras cidades do Brasil viveu em 2015, declarado como epidemia. “Mas, a curva de tendência mostra, caso não haja o apoio da população, que não podemos afastar esse risco”, alerta.
A Divisão de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Limeira afirma que as ações de prevenção à dengue são realizadas continuamente ao longo do ano todo. Estão incluídas as visitas a imóveis, mutirões, avaliações de densidade larvária, ações compulsórias, ações de comunicação e educação. Existem ainda as ações de nebulização e controle de criadouros executadas de acordo com a situação epidêmica do município.
Segundo nota oficial do órgão, em 2020 foram visitados cerca de 360 mil imóveis. E ainda, foram realizados 32 mutirões aos sábados e 12 ações compulsórias junto com a Vigilância Sanitária, Secretaria de Serviços Públicos, Guarda Civil Municipal e outros departamentos que colaboraram para o trabalho, segundo as medidas sanitárias por causa da pandemia do novo coronavírus.
CUIDADOS
De acordo com a Zoonoses, o maior problema identificado pelos agentes durante as visitas aos imóveis é que parte da população não adota as medidas preventivas para evitar criadouros do mosquito Aedes Aegypti.
A orientação é que qualquer possível criadouro seja eliminado das casas e quintais e, caso seja necessário, manter o recipiente, como os bebedouros de animais, pratos de vasos, piscinas desmontáveis, garrafas retornáveis, entre outros, que semanalmente o cidadão reserve um tempo para conferir se não há acúmulo de água.
A vistoria semanal é indicada aos proprietários residenciais, assim como de imóveis industriais e comerciais. Para evitar a formação dos criadouros do mosquito que transmite a dengue é recomendado colocar água sanitária e telas em ralos.