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Colisão traseira entre ônibus de trabalhadores e caminhão deixa três feridos em rodovia de Piracicaba

Fotos: Mateus Medeiros

“Foi um livramento de Deus”, dizia nesta manhã de terça-feira (23), um dos passageiros de um ônibus de uma empresa de turismo que transportava 25 homens da cidade de Capivari (SP), com destino à Piracicaba (SP), e que bateu violentamente contra a traseira de um caminhão carregado com chapas de aço, o qual estava parado no acostamento da rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), no Km 150, entrada para o Distrito Industrial Unileste.

Como o material do caminhão ficou na porta do ônibus, os passageiros saíram por um vidro. A maioria deles dormia e  foi despertada com a batida. Os que conversaram com a equipe do Rápido No Ar no local, disseram desconfiar que o motorista dormiu ao volante, pois trabalha direto neste serviço e dorme em torno de três horas por dia somente.

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“O motorista só descansa três horas por dia e acorda antes das 5h da manhã para trazer a gente. Ele pode ter dormido ao volante”, declarou um dos passageiros que estava com um primo que se feriu bastante. “Podia ter sido pior porque a grade do caminhão entrou pelo vidro do ônibus e, por pouco, não pegou no peito do meu primo. Fiquei desesperado”, acrescentou.

Outro trabalhador, que também dormia na hora do acidente, e estava sentado numa poltrona dos fundos, lugar que não foi afetado, disse que acordou com o impacto. “Meu colega, que estava um pouco à frente, veio bater quase na minha poltrona. Foi Deus que nos deu livramento mesmo”, acrescentou.

Um outro passageiro reforçou a hipótese de o motorista do ônibus ter dormido ao volante.  “Pelo que sei, no turno da noite, ele entrega a última turma, em Capivari, à 1h da madrugada. Até ele chegar em casa, quanto tempo será que ele consegue dormir se pega a gente às 4h para vir para Piracicaba? E depois trabalha durante o dia também”, ressaltou.

O motorista do caminhão, Antonio Celso, de 62 anos, disse que mora em Piracicaba e parou no acostamento porque o veículo tem sistema de rastreamento e, assim que é emitido o alerta, o caminhão é bloqueado.

Por isso, ele parou no Km 150 para pedir que fosse feito o desbloqueio.  “Foi quando o ônibus veio e bateu na traseira. Olhei pelo espelho e senti que ia bater, porque percebi que não houve diminuição da velocidade por parte dele. Foi um susto grande, o prejuízo também é grande porque é minha ferramenta de trabalho”, disse.

De acordo com Antonio, que revelou que trabalha há 42 anos com caminhão, esse é o primeiro acidente no qual se envolve. “Fiquei bastante nervoso, mas não me machuquei”. Orientado pela empresa, o motorista do ônibus não deu entrevista. Porém, para a PM Rodoviária, ele alegou que “pode ter dormido”. Somente o laudo pericial irá apontar o que realmente aconteceu. Apesar do danos de grande monta no ônibus, ele nada sofreu.

Não foi informado se os cintos de segurança do ônibus estavam disponíveis para uso. As vítimas foram socorridas por equipes do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Por volta das 8h30, um microonibus, que é da mesma empresa de turismo, foi para o local resgatar os funcionários que estavam em condição de trabalhar, mas teria quebrado e foi necessário pedir outro.

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