Ícone do site Rápido no Ar

Chuvas aliviam os efeitos da estiagem, mas ainda têm impacto pouco significativo nos mananciais de Limeira

Foto: BRK / Divulgação

A primeira quinzena de outubro trouxe chuva e elevou as expectativas dos limeirenses quanto à reposição do rio Jaguari e do ribeirão Pinhal, mananciais de captação de água do município, que se encontravam em condições críticas por causa do longo período de estiagem vivenciado em toda a região. As pancadas de chuva que atingiram a cidade nas primeiras semanas deste mês contribuíram com 96 milímetros, de acordo com dados do monitoramento pluviométrico do rio Jaguari e da Estação de Tratamento de Água (ETA). A chuva aliviou os efeitos da estiagem e ajudou a elevar a vazão dos mananciais, porém o impacto ainda é pouco significativo para a plena recuperação dos rios.

O rio Jaguari, que chegou a uma vazão inferior ao mínimo necessário de 1,0 m3/s para captação, encontra-se atualmente com 10,0 m3/s. O ribeirão Pinhal, que precisou do auxílio da represa Salto do Lobo, uma reserva de água estratégica adotada mediante decreto municipal, está com 80% de sua capacidade, quando o mínimo necessário para captação é de 60%.

A BRK, responsável pelos serviços de água e esgoto em Limeira, esclarece que, apesar das vazões dos mananciais terem se elevado, a condição do abastecimento no município ainda é de atenção.

“Além dos níveis dos rios, há outros importantes aspectos que precisam ser considerados neste momento, como a recarga do lençol freático e a qualidade da água fluvial. Com a retomada das chuvas, mesmo que ainda iniciais, é bastante comum a ocorrência de poluição difusa, ou seja, aquela formada por poluentes transportados com as chuvas pelos rios, que dificultam o processo de tratamento”, explica Rogério Lima, gerente de operações da concessionária.

Ele informa ainda que, especialmente no caso do rio Jaguari, essa é uma condição bastante comum. “Nesta semana, por exemplo, a captação de água para Limeira tem sido feita de modo exclusivo pelo ribeirão Pinhal, justamente por causa da baixa qualidade da água do Jaguari”, informa.
Vale destacar ainda que a plena recuperação dos mananciais de captação também depende da necessidade de recarga do lençol freático que, para tal, se faz necessário primeiramente saturar o solo, que estava bastante seco, e a vegetação para, assim, contribuir com o processo de recarga do lençol freático.

“Quanto mais seco o solo estiver, maior o volume necessário de água infiltrada para saturar, ou seja, para encharcar o solo de modo que o excedente infiltre e atinja as camadas inferiores do subsolo”, detalha o gerente.

Para a bacia do ribeirão Pinhal, que é composta por represas locais, a recarga completa se dará a partir do momento em que o índice pluviométrico ocorrer dentro da média, que é de um acumulado (de janeiro a setembro) de 866 milímetros.

Neste ano, no entanto, o volume acumulado até setembro foi de 595 milímetros — o menor volume de chuvas registrado desde a crise hídrica de 2014 e 31% abaixo da média histórica climatológica da cidade. No último mês de setembro, o índice pluviométrico registrado em Limeira foi de apenas 5 milímetros, ou seja, 90% abaixo do volume registrado no mesmo mês em 2014, quando foram contabilizados 50 milímetros.

Diante de tais condições, a BRK reforça a necessidade de se manter o consumo consciente, sem desperdícios de água. Em setembro, foram consumidos em Limeira 1,739 bilhão de litros de água, 5% a mais do que o consumo registrado em agosto, de 1,649 bilhão de litros.

“É importante que todas as pessoas se mantenham atentas ao consumo de água. Estamos vivenciando um ano atipicamente mais seco e, apesar das recentes chuvas, precisamos nos manter focados num consumo consciente e sem desperdícios até a plena recuperação de nossos mananciais”, reforça o gerente.

O que a BRK tem feito para a manutenção do abastecimento em Limeira?
Com o acompanhamento dos dados climatológicos e o monitoramento dos mananciais da cidade, a BRK colocou em prática, desde o início do ano, uma série de ações e medidas preventivas definidas num plano de contingência. São obras e investimentos realizados desde a captação até o sistema de distribuição de água para a cidade. Destacam-se:

• Na unidade de captação de água bruta, localizada às margens do rio Jaguari, e na Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada às margens da rodovia Anhanguera, a concessionária investiu num novo sistema de hipoclorito de sódio; iniciativa fundamental para manter a qualidade da água durante os meses mais secos.

• Na distribuição de água, a concessionária implantou um sistema alternativo (booster) de abastecimento nas Estações Elevatórias (EEA) Gino e Fazenda Itapema. Unidades localizadas, respectivamente, no Jardim Morro Azul e Egisto Ragazzo. O booster é uma instalação de bombeamento que, na prática, permite realizar ´manobras´ no sistema de distribuição de água. Antes de sua instalação, o fornecimento de água para essas regiões da cidade dependia, exclusivamente, dos níveis dos reservatórios. Com o novo sistema, a concessionária passou a ter mais autonomia e agilidade diante de situações que exigem retomada da distribuição, não necessitando aguardar níveis de reserva de água para conseguir abastecer tais regiões.

• Investimentos também são feitos para a ampliação da capacidade de reserva de água tratada do município, com obras em andamento na EEA Gino, responsável pelo abastecimento de 25 mil moradores de 36 bairros da região noroeste da cidade. A intervenção consiste na revitalização da unidade de bombeamento e na construção de um novo reservatório metálico, com capacidade de 1.500m³ de água. Com isso, após a conclusão da obra, a reserva de água na unidade aumentará em cerca de 40%, passando para 4.450m³.

• Aquisição de um gerador móvel de 550 KVA para alimentação elétrica das estações elevatórias de água do município. Um investimento que garante a continuidade na distribuição de água quando há interrupção do fornecimento de energia elétrica nas unidades de bombeamento.

• Reforço contínuo em ações de combate às perdas, que tem por objetivo oferecer maior disponibilidade de água para a população. Neste ano, foi executada a maior extensão de substituição de tubulações da cidade, com obras de trocas de redes na Vila Queiroz, Jardim Ouro Verde e Vila Cláudia. Além de novas zonas de macromedição, ampliação do sistema de otimização de bombas, continuidade dos serviços de caça vazamentos invisíveis, substituição de 12,5 mil hidrômetros e a fiscalização de pontos de fraudes e irregularidades.

• Instalação de um by-pass no reservatório Limeirense, que atende bairros (Aeroporto, Graminha, Lago Azul, Ipanema entre outros) de uma das regiões mais altas da cidade. A medida permite manter o abastecimento de cerca de 60 mil habitantes sem a necessidade de depender da água do reservatório. Isso significa que diante de manutenções ou limpeza na unidade de reservação, ou mesmo diante de condições mais críticas de alto consumo, o abastecimento poderá ser mantido diretamente da rede, não sendo necessário aguardar a recuperação de níveis de reservação para o atendimento dessa região mais alta do município.

• Além disso, a concessionária tem incentivado a prática do consumo consciente por meio da campanha “Jogando junto pela água”. A ação teve início em maio e conta com uma página exclusiva na internet (https://jogandojuntopelaagua.com.br/), que reúne informações sobre as condições dos mananciais, além de dados sobre os índices de chuvas. Nesta página, a população também pode acompanhar as principais obras e ações preventivas da concessionária para o enfrentamento da estiagem, além de encontrar dicas sobre como tornar o consumo de água mais eficiente. A campanha de conscientização está com divulgações em redes sociais, em emissoras de rádio e TV, envio semanal de SMS aos clientes e contou com a distribuição de folhetos informativos sobre o tema em todos os imóveis da cidade e com parceria da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Limeira) para ações direcionadas ao comércio e indústria locais.

teste
Sair da versão mobile