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Chorar: quando o sentimento não cabe mais no peito e escorre pelos olhos

William Shakespeare definiu de forma poética e verdadeira o chorar, para ele: “Chorar é diminuir a profundidade da dor.” e não é que é? Sabe aquele dia que parece que estamos ‘até a tampa’ de emoções contidas? É aquele nó na garganta que insiste em ficar ali, lembrando-nos do que nos magoa muito, ficamos ‘engolindo o choro’, respirando fundo, sendo ‘fortes’, não demonstrando nossa dor, nossa tristeza …

Mas por que? O que nos leva a fazer isso? Por que não chorar, quando o sentimento está nos sufocando e nos deixando ‘entalados’?

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“Não consigo olhar no fundo dos seus olhos e enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar, as várias fases, estações que me levam com o vento e o pensamento bem devagar (…)” Roberta Campos, de Janeiro a Janeiro.

É preciso que possamos nos olhar, nos enxergar e perceber que estamos com o coração ‘apertado’ e podermos chorar, desabafar, retirar do peito aquilo que está nos sufocando, sem que isso nos faça sentir fracos ou ‘sentimentais’.

Padre Fábio de Melo pontua de forma bem sábia que “Nos dias de hoje, cada vez mais, acentua-se a necessidade de ser forte. Mas não há uma fórmula mágica que nos faça chegar à força sem que antes tenhamos provado a fraqueza.”.

Provamos a fraqueza sempre que nos sentimos impotentes diante dos problemas, sozinhos diante das dores, sempre que experimentamos aquele vale tenebroso das dúvidas e tristezas.

E somos fortes, ainda que choremos, somos fortes ainda que desabafemos com um amigo, um parente, uma pessoa especial, somos fortes porque sobrevivemos aos nossos piores dias com coragem, com garra, apesar de toda dificuldade e de acharmos, algumas vezes, que não vamos conseguir.

Precisamos desmistificar a ideia de chorar ser coisa de gente fraca. Chorar é coisa de gente, de ser humano, que passa por fases, que enfrenta batalhas tão difíceis que, muitas vezes pensa que não vai conseguir.

Sempre que estivermos com problemas e vivendo tempos de batalha, peçamos ajuda, peçamos colo e ouvido amigo, se preciso for, choremos e deixemos a dor ir, aquele aperto no peito e nó na garganta não nos esmagar mais.

Encerro com um convite a reflexão a partir de uma frase de Carlos Drummond de Andrade: “Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar.”
Para entrar em contato: sophiarodovalho@rapidonoar.com.br

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