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Caixa-preta de avião da Indonésia é recuperada

Mergulhadores recuperaram nesta quinta-feira, 1° de novembro, a caixa-preta do avião da Lion Air que caiu no Mar de Java, na Indonésia, na última segunda. A recuperação é um desenvolvimento crucial na investigação do que causou o mergulho do avião, com dois meses de uso, no mar, matando 189 pessoas. Enquanto isso, parentes enterravam a primeira vítima identificada do acidente.

A televisão mostrou dois mergulhadores depois que voltaram à superfície, nadando para um barco inflável e colocando um dispositivo laranja em um largo contêiner que foi transferido para um navio de resgate.

“Foi desesperador porque a corrente (marítima) estava forte”, disse o sargento da Marinha Hendra. “Depois de descobrir a possível localização, eu comecei a cavar e limpar os destroços até que eu finalmente achei um objeto laranja”, ele disse à TV, em frente ao deque em que o navio estava.

O avião Boeing 737 MAX 8 caiu na manhã de segunda-feira minutos após decolar da capital da Indonésia, Jacarta. Foi o pior desastre aéreo do país em mais de duas décadas. O acidente renova preocupações sobre o rápido crescimento da indústria aérea da Indonésia, que recentemente foi removida da lista negra da União Europeia e dos Estados Unidos.

O coronel da Marinha Monang Sitompul disse à TV local que um objeto que parece ser a fuselagem do avião foi achado no fundo do mar. O aparelho recuperado por mergulhadores é o gravador de voo e a busca pela gravação da cabine do piloto, disse Bambang Irawan, um investigador da Comissão Nacional de Transportação em Segurança. “Nós processaremos os dados contidos no gravador de voo como parte da investigação para descobrir as causas do acidente”, disse. “Nós não podemos dizer o quanto isso vai durar, mas é claro que tentaremos o mais rápido possível.”

O gravador foi recuperado de uma profundidade de 30 metros, cerca de 500 metros a noroeste de onde o avião perdeu contato, disse Muhammad Syaugi, chefe da agência de resgate. “As correntes abaixo do mar ainda estão fortes, o que dificulta o trabalho dos mergulhadores, mas persistentemente eles as enfrentaram”, disse.

Médicos da polícia dizem que os resultados dos testes de DNA demoram de 4 a 8 dias para identificar as vítimas. Investigadores dos EUA visitaram na terça-feira o porto de Jacarta e coletaram destroços do mar, incluindo peças do avião e pertences dos passageiros.

Dados de sites de monitoramento de voo mostram que o avião apresentou oscilação na velocidade e na altitude nos primeiros minutos do voo no domingo e no voo fatal na segunda-feira. Especialistas em segurança avisam, contudo, que os dados precisam ser checados junto às informações da gravação de voo.

A companhia Lion Air pediu no ano passado que 50 dos aviões MAX 8 e uma de suas subsidiárias aéreas sejam os primeiros a operar o novo modelo de avião de última geração.

O Ministro dos Transportes, Budi Karya Sumadi, disse que as inspeções feitas nos aviões Boeing MAX 8 da Lion Air e da Garuda, outra companhia aérea da Indonésia, não encontraram problemas, mas a procura continua. Ele disse que o diretor-geral de transportação aérea pediu à Lion Air que liberasse quatro funcionários do trabalho (o diretor de manutenção e engenharia, o gerente de qualidade de controle, o gerente de manutenção de voo e o gerente de lançamentos) para que ajudassem na investigação. Ele também afirmou que as licenças de manutenção de engenharia aérea foram suspensas.

Investigadores dizem que um relatório preliminar do acidente pode ser divulgado dentro de um mês, mas investigações completas podem levar alguns meses a mais. O acidente da Lion Crash é o pior desastre aéreo da Indonésia desde 1997, quando 234 pessoas morreram perto de Medan em um voo da companhia Garuda. Em dezembro de 2014, um voo da AirAsia de Surabaya para Cingapura mergulhou no mar, matando todos as 162 pessoas a bordo.

As companhias aéreas indonésias foram impedidas em 2007 de voar para a Europa por causa de preocupações em relação à segurança, embora na década seguinte os serviços tivessem sido permitidos. O banimento foi completamente dissolvido em junho deste ano na Europa e nos EUA, em 2016.

A Lion Air, uma companhia de baixo-custo, é uma das mais jovens e maiores empresas aéreas da Indonésia, voando para dúzias de destinos domésticos e internacionais. Ela se expandiu agressivamente no sudeste asiático, uma região em crescimento com mais de 600 milhões de pessoas. Fonte: Associated Press

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