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Bitcoin: o novo ouro ou uma bolha financeira?

O lançamento dos contratos futuros de Bitcoin na Bolsa de Chicago levou a moeda virtual a atingir novos picos históricos. E outras bolsas já estudam lançar novos contratos, o que aumenta a especulação. Com elevada volatilidade, a criptomoeda registra valorização de 1.800% em dólares só neste ano. Mas os ganhos são reais ou esta é uma das maiores bolhas que já se formaram na história?

A discussão é o tema de capa da Revista RI deste mês, que acaba de ser lançada. Dentre os especialistas, há aqueles que veem o Bitcoin e as criptomoedas como uma revolução no sistema financeiro global, e aqueles que esperam um “crash” gerando uma grande crise financeira devido à forte e rápida valorização da moeda, considerando a sua falta de “lastro”.

Segundo a matéria da Revista RI, pelo próprio status de “ativo único”, que tem sido usado como reserva de valor por muitos, ainda é cedo para afirmar categoricamente que isso é realmente uma bolha. “Não há parâmetros para compararmos o comportamento das criptomoedas com outros ativos. Estudos demonstram que há cada vez menos pessoas querendo vender. Há um redesenho do comportamento da demanda e da oferta. É cedo para classificar esse movimento como bolha, mas merece atenção porque estes ativos não existiam e sua dinâmica não é conhecida”, explica o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto.

Já, para o economista norte-americano Robert J. Shiller, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2013, por sua pesquisa intitulada “Tendências em mercados de ativos”, que previu a bolha da Internet no final da década de 1990, e a bolha imobiliária americana, os Bitcoins representarão um crash econômico semelhante ao que ocorreu com o mercado de ações dos EUA, pouco antes da grande depressão de 1929. De acordo com sua previsão, a criptomoeda terá alta por um determinado período, como ocorreu no mercado de ações norte-americano durante a década de 1920, mas a queda será inevitável.

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