O ano está acabando, e os campeonatos estão se definindo. Mais um ano em que tivemos polêmicas, arbitragens fracas e os mesmos assuntos insuportáveis de sempre em debates esportivos.
Dentre esses assuntos, um em especial me chama a atenção, que é o fato do “futebol de resultado” levar vantagem sobre o dito “jogo bonito”. Criticar o futebol pragmático virou mantra entre os comentaristas “entendidos”, que procuram assunto com o intuito de preencher as 3,4 horas dos intermináveis debates vazios.
Dito isso, fica uma dúvida: o que é realmente o jogo bonito? É aquele jogo onde todos tocam na bola, e a bola percorre o gramado de um lado para o outro feliz e contente? É aquele onde existem dribles, jogadas de efeito, bicicletas, e afins?
Na minha opinião, bonito é jogar para vencer. Pouco importa o pragmatismo, ou o chutão, ou o gol de bico. O fundamental é vencer. E desde que seja dentro das regras do jogo, não importa como.
A histeria coletiva da necessidade da plástica tomou conta de espectadores desses programas. Toda conversa de bar sobre futebol tem algum fã de Guardiola criticando o futebol de resultado. Acredito que ninguém avisou para esse pessoal que o que ganha partidas e campeonatos é bola na rede, e não posse de bola.
Aliás, falando em posse de bola, está aí outra vilã. Se você não sabe o que fazer com a bola, pode ter 99% de posse. Se o adversário tocar na bola três vezes no jogo, e em um desses toques sair um gol, do que adiantou todo o domínio? Caso esteja difícil de entender, segue um exemplo:
A grande verdade é que em detrimento do baixo nível do futebol brasileiro, jornalistas esportivos duelam contra a falta de interesse do telespectador, e para combater isso, inventam assunto e se deliciam em baboseiras desnecessárias (mesa tática, análise de víeo e afins), e tratam estatísticas como se fossem a garantia de sucesso ou fracasso.
É claro que eu gostaria que todos os times lembrassem o Brasil de 1970, ou o Barcelona de 2009-2012. Acontece que não existe uma fábrica de Pelé, Gérson, Clodoaldo,ou de Messi, Iniesta e Xavi. Os treinadores brasileiros tem que se virar com o que tem na mão, e sao herois por isso.
Porém, para essa imprensa esportiva acostumada a polêmicas vazias e que se preocupa com tudo, menos com a informação, ao invés de elogiar o trabalho dos treinadores, é mais fácil exigir algo que não se pode dar.
A tendência é que o futebol se torne cada vez mais físico e tático, enquanto a técnica vai perder espaço. Quer dizer, isso vem acontecendo faz muito tempo. Feliz dos treinadores, jornalistas e torcedores que entendem isso, e conseguem acompanhar futebol numa boa.
Para os fãs de Espn e do Anré Rizek, fiquem assistindo vídeos da Holanda de 1974, ou do Brasil e 1982, ou até mesmo da Hungria de 1954. E lembre se que nenhum desses times ganhou naa.
Um abraço, e até a próxima!