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Bebês reagem aos sabores de alimentos com expressões faciais ainda no útero, mostra estudo

Foto: Divulgação/ FETAP, Universidade de Durham

Um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, e da Universidade de Borgonha, na França, foi publicado nesta quinta-feira (22) na revista científica Psychological Science, mostra que os bebês reagem com expressões faciais diferentes aos sabores e odores quando ainda estão na barriga da mãe durante a fase final da gestação.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores conduziram exames de ultrassom 4D em 100 mulheres de 18 a 40 anos com gestação de 32 a 36 semanas. A ultrassonografia 4D permite capturar, além de imagem, som e profundidade, movimentos em tempo real, de modo similar a um vídeo.

A partir das imagens obtidas, os pesquisadores observassem como os bebês reagem quando as mães comem determinados alimentos. Os cientistas afirmam que diante da cenoura, por exemplo, a maioria dos fetos exibia um rosto sorridente, enquanto aqueles cuja mãe havia comido couve apresentaram cara de choro.

“Estudos haviam sugerido que os bebês podiam sentir gostos e cheiros no útero, mas eles foram baseados em resultados após o nascimento. Nosso estudo é o primeiro a se concentrar nessas reações antes do parto (ainda dentro da barriga)”, explica a pesquisadora da Universidade de Durham e autora principal do trabalho, Beyza Ustun.

Nos fetos, os cientistas acreditam que a percepção dos sabores pode acontecer por meio da inalação e ingestão do líquido amniótico no útero, fluido que envolve o bebê durante a gestação e que sofre influência pela alimentação da mãe.

“Ao observar as reações faciais dos fetos, podemos supor que uma série de estímulos químicos passam pela dieta da mãe para o ambiente fetal. Isso poderia ter um papel muito importante em nossa compreensão do desenvolvimento de nossos receptores olfativos e gustativos, bem como da percepção e memória às quais estão vinculados”, diz o professor do Centro Nacional de Pesquisa Científica da Universidade de Borgonha, coautor do estudo, Benoist Schaal.

Para os pesquisadores, os resultados podem contribuir para informar as mães sobre a importância de uma alimentação saudável durante a gestação. Agora, os cientistas começaram a analisar se a dieta das gestantes poderia ter impacto nas preferências do bebê após o nascimento.

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