O avião de ataque A-29 Super Tucano, da Embraer Defesa e Segurança (EDS), caiu durante um exercício conduzido pela Força Aérea dos Estados Unidos (UFAF) em um campo de testes no Novo México às 11h30 de sexta-feira, 22. Os dois tripulantes da aeronave conseguiram se ejetar e um deles teria sofrido ferimentos leves. A Embraer e a Força Aérea dos EUA confirmaram o acidente, por meio de nota.
Não há ainda informações sobre as causas do acidente, nem sobre o estado de saúde do segundo tripulante.
A queda acontece apenas cinco semanas depois que a Força Aérea americana deu início à segunda série de exercícios de ataque leve. Além do Super Tucano da Embraer, os testes também estão sendo feitos com o AT-6 Wolverine, da Textron Aviation. O plano da Força Aérea é tomar uma decisão sobre a potencial compra de centenas de aeronaves para missões de ataque e reconhecimento, em um programa chamado OA-X. O contrato pode abranger entre 120 e 300 aviões, no longo prazo, num total de até US$ 3,5 bilhões.
A primeira fase dessa avaliação foi realizada no ano passado, permitindo que a USAF se familiarizasse com a capacidade de cada aeronave. A segunda fase teve início no mês passado com o objetivo de identificar como conectar os aviões às redes militares de inteligência e a capacidade de apoio das aeronaves em campo.
Histórico – Além dos testes nos EUA, o turboélice da Embraer também já foi utilizado em missões de fogo da Força Aérea americana no Oriente Médio, no final do ano passado.
Caso vença a concorrência, o A-29 Super Tucano vai substituir uma das aeronaves históricas dos EUA, o A-10 Warthog (Javali, em português). Pesado e eficiente, o A-10 Warthog tem 40 anos de emprego em ações de ataque ao solo. Já o A-29 Super Tucano é uma aeronave menor, mais barata e que não requer desenvolvimento para fornecer suporte a forças em terra.
A operação do pequeno Super Tucano, com peso máximo de 11 toneladas e capacidade para 1.500 quilos de armas (mais um canhão de 20 mm e duas metralhadoras .50) custa entre US$ 500 e US$ 1,5 mil por hora de voo – já a do A-10 Warthog sai por pelo menos US$ 17 mil.
Há mais que isso, porém: o avião brasileiro permanece até por sete horas voando em missão de coleta de dados de inteligência, equipado com módulos eletrônicos.
A expectativa é de que a decisão final seja tomada pela Força Aérea dos Estados Unidos até o primeiro trimestre de 2019 – uma vitória no OA-X poderia abrir o mercado militar americano para a brasileira.