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Arrogância: sentimento de inferioridade e imaturidade sem tamanho!

Madame de Staël afirma, com sabedoria, que “Os arrogantes são como os balões: basta uma picadela de sátira ou de dor para dar cabo deles”.

Essa semana ‘trombei’ com uma atitude tão arrogante e tão descabida de uma pessoa que fiquei chocada, pasma. Embora tivesse palavras para responder, achei que não seria de valia alguma e nos nivelaria como iguais e não o somos. Prezo pelo respeito aos demais e honro a educação recebida dos meus pais.

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Mas ‘foi bom’, pois me fez refletir nesse comportamento, em franco crescimento nos dias de hoje. O que leva a pessoa, num rompante quase que maníaco, tratar ao outro como se este fosse um reles nada e agindo como se ele fosse um semi-deus?

Por que a dificuldade que algumas pessoas possuem de se enxergar como são? Seres humanos, que erram, que não são perfeitos, que não fazem, muitas vezes, nem mesmo parte do que o outro admira, gosta ou acha bonito/admirável?

Hoje em dia, em tempos de ‘selfies’ em banheiros, em tempos postagens ‘de sucesso’ em facebook, muitas pessoas tendem a acreditar naquilo que postam, pois reflete como gostariam de ser e garganteiam suas ‘maravilhas’ para os amigos, que escutam tudo, muitas vezes até ‘rindo por dentro’ de tanta ‘abobrinha’.

Já dizia B. F. Skinner “Como as pessoas se sentem é, geralmente, tão importante quanto o que elas fazem.” (Skinner, 1989). Sabido, Skinner, nos ensina que o que a pessoa faz, nos mostra como ela se sente. Alguém extremamente arrogante, pouco polido e imaturo pode estar agindo assim, por sentir-se incapaz, pequeno, incompetente, por achar que não terá sucesso. Então, se perde em suas ações e sai agindo de maneira deplorável.

Os antigos diziam que quem muito mostra e quer aparecer, na realidade, nada tem a ser mostrado, é oco, já quem tem muito a ser mostrado, age de forma discreta, polida e educada, deixando claro que tem muito conteúdo!

Enquanto relia esse texto, pensei na frase do Príncipe Harry ao encontrar sua então, noiva, Meghan Markle, na Capela: “Você está incrível. Eu sou muito sortudo.”. Nada de arrogância, tipo: “Parabéns, você está se casando com um príncipe!”. Uma pessoa que conhece o valor que tem, que sabe quem é, que é maduro e educado o suficiente, pode sim reconhecer no outro o valor que este tem e como é bom estar cercado por uma pessoa assim! Só quem se conhece muito bem, se valoriza, é seguro, pode sentir-se sortudo por ter pessoas excelentes ao seu redor. Por relacionar-se com seres humanos únicos, cheios de acertos e erros, de belezas e de feiuras. Sim, como ele é sortudo por tê-la ao seu lado, dividindo as alegrias e dificuldades da ‘realeza’, como ele é sortudo por encontrar o amor, por ser correspondido, por ver e conhecer todas as qualidades de sua amada e vice-versa!

Como é bom uma convivência saudável dessas! Como é bom conviver com alguém que não precisa ser arrogante, que não precisa de ‘rompantes’, que não faz questão de tentar expor e diminuir o outro para tentar parecer um pouco maior!

Se você pensou: “Nossa eu me vejo muitas vezes arrogante assim! Trato às pessoas desta forma muitas vezes!”, o que fazer? Pare! Busque se conhecer, encontre suas qualidades (que certamente são muitas), conheça seus defeitos (que também existem, como existem em todos nós) e busque exercitar a empatia, isto é, coloque-se no lugar de quem está convivendo e quem vai ouvir e ser alvo de suas falas, pense, como se sentiria, o que faria… se for se sentir mal, repense, pode sim e deve, dizer o que pensa, mas tente fazer com leveza, com cuidado e com educação. Sem arrogância, sem expor o outro!

E se eu convivo com um arrogante? Você pode tentar o diálogo, caso exista abertura para tanto, pode tentar mostrar que a forma como ele (a) está agindo fere e magoa você e se isso não adiantar: guarde uma distância segura, para que não tenha de se magoar ou irritar com o comportamento inadequado do outro.

Em tempos de um mundo de tanta competição, de tanta divisão, de tanta separação, violência, o caminho do diálogo, da compreensão, do tratamento afetuoso e educado, significa muito. Melhora nossa vida, nossas relações, facilita nosso dia-a-dia, ajuda a pensar em saídas para os problemas cotidianos…

Encerro com Martin Luther King, muito bem citado, no belo casamento de Meghan Markle e Príncipe Harry: “Devemos descobrir o poder do amor, o poder redentor do amor. E quando fizermos isso, faremos deste velho mundo, um mundo novo”.

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