Indicado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o subprocurador Augusto Aras criticou o coordenador da força tarefa da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, sobre a condução da operação durante as investigações. Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, Aras declarou que faltou “cabeça branca” à Lava Jato para conter o que classifica como excessos. O termo é usado para classificar políticos da velha guarda nos partidos políticos.
“Talvez, se tivesse lá alguma cabeça branca, talvez dissesse para ele (Dallagnol), para os colegas, jovens como ele, que nós poderíamos fazer tudo como ele fez, mas com menos holofote, com menos ribalta”, declarou Aras.
O subprocurador defendeu estender a estrutura da Lava Jato para mais Estados no País, mas respeitando o princípio da impessoalidade.
“Talvez tenha faltado nessa Lava Jato a cabeça branca, para dizer que tem certas coisas que pode, mas tem muitas outras coisas que nós não podemos”, declarou Aras.
Ao longo da sabatina, Aras defendeu “correções” na Lava Jato. Ele também criticou, classificando como “impensável” a criação de uma fundação com recursos resgatados pela Lava Jato sendo presidida por procurador.
O subprocurador lembrou o julgamento que anulou, no mês passado, a condenação do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine e que pode anular mais condenação da Lava Jato. O Supremo analisa, neste caso, o direito de um réu se manifestar na ação penal após as alegações dos delatores acusados no processo.
“Se não houve prejuízo, não há nulidade”, opinou Aras, ressaltando que não estava dizendo se o processo era válido ou não.