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Apostas online podem causar prejuízo de R$ 117 bilhões ao comércio no Brasil, aponta CNC

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que as plataformas de apostas esportivas, conhecidas como bets, podem gerar um prejuízo anual de R$ 117 bilhões ao comércio brasileiro. Entre junho de 2023 e junho de 2024, os brasileiros gastaram cerca de R$ 68 bilhões em apostas, representando 0,62% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O impacto das apostas no varejo

O estudo, baseado em dados do Banco Central, alerta para o impacto das apostas no consumo das famílias, afetando diretamente o varejo. Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, explica que o efeito das apostas no comércio vai além das vendas perdidas, uma vez que os estabelecimentos precisam lidar com custos fixos que não são compensados com a diminuição nas vendas. Segundo ele, a escalada dos gastos com as bets pode representar um impacto devastador no comércio ao longo do tempo.

As apostas têm crescido no Brasil desde a aprovação da Lei Federal 13.756, em 2018, que autorizou a atuação das bets no país. Contudo, o estudo aponta que a popularidade dessas plataformas, especialmente os cassinos online, está contribuindo para um aumento na inadimplência das famílias, além de prejudicar o consumo em outros setores.

Preocupações com os cassinos online

O estudo da CNC destaca que o crescimento dos cassinos online, como o Jogo do Tigrinho, tem impulsionado ainda mais os gastos dos brasileiros nas bets. Esses cassinos, que movimentam principalmente o público feminino, representam cerca de 80% dos gastos nas plataformas, segundo estimativas. A maior parte dos gastos com as apostas esportivas, por sua vez, é feita por homens, especialmente nas apostas relacionadas ao futebol.

Regulação e futuro dos cassinos no Brasil

A CNC também apresentou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a regulamentação das bets no país, reforçando sua posição em favor dos cassinos físicos, que poderiam gerar empregos e arrecadação de impostos para o Brasil. A entidade defende que, ao contrário dos cassinos online, os estabelecimentos físicos poderiam fortalecer o setor turístico e contribuir para a economia formal do país.

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