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Andar com fé eu vou …

Ê ano que deu voltas esse nosso, hein? 2019 tem sido um desafio, é dia sim e dia também uma notícia diferente e que nos abala, que nos faz dar aquela respirada funda, buscar saída e caminho para prosseguir.

Gilberto Gil já cantava lá em 1982: “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma ‘faiá’, a fé tá na manhã, a fé tá no anoitecer, ô, ô, mesmo a quem não tem fé, a fé costuma acompanhar, ô, ô, pelo sim, pelo não (…)”, parece até que ele escreveu está canção para os dias atuais, não é?

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Desde o início do ano fomos pegos de surpresa com grandes tragédias, que impactaram nossa natureza, que mataram nossa população, que causaram destruição e geraram mais pobreza. Tivemos Brumadinho, Amazônia, o vazamento de Petróleo na costa do Nordeste, vimos nossos bombeiros em Brumadinho, sendo verdadeiros heróis, ficamos agarrados à fé e pedindo que eles conseguissem salvar a todos e eles não deixaram ninguém para trás, numa batalha guerreira e emocionante. Vimos (vemos) nossa Amazônia queimar, nossa população, nossos índios lutando bravamente contra o fogo e contra a destruição de nossas florestas, de nossa fauna, de nossa flora, agarramo-nos na fé outra vez.

 

Piscamos e vimos o Nordeste, nosso litoral, coberto por óleo, peixes, tartarugas, animais marinhos, morrendo e novamente nos deparamos com cenas de arrepiar: o povo nordestino com redes de pesca, sacos de lixo e luvas, enfrentando o óleo e limpando tudo! Uma garra! Uma força! Agarramo-nos à fé! Sempre ela! Que eles consigam, que essa valentia não acabe, não diminua, que o cansaço não os domine!
Precisamos de fé! Muita fé para acreditar que viveremos dias melhores, dias em que famílias não sejam alvejadas voltando de um ‘Chá de Bebê’, dias em que crianças não sejam mortas nas favelas (em salas de aula, no barbeiro, voltando de festinha) com tiro de fuzil. É preciso fé para olhar e acreditar que isso vai acabar!

Essa semana, além do óleo, além da tragédia na boate no Rio de Janeiro (que ceifou muitas vidas), além do assalto no Aeroporto de Viracopos, ferindo uma mãe, que estava com sua filha no colo, vimos nossos representantes eleitos protagonizarem outro (dentre os muitos já protagonizados) episódio lamentável! Enquanto o País tenta sobreviver às tragédias, enquanto o desemprego maltrata, enquanto a miséria faz vítimas, o pessoal que deveria estar olhando para estas questões e traçando estratégias para combate-las, brigava entre si. Brigava por cargos, por fundo parlamentar (dinheiro), brigava por poder dentro de partido político e dentro do governo. Brigavam, ‘lavavam a roupa suja’ divulgando áudios, fazendo ameaças, tuitando muita bobagem, muita agressividade, muita lama, muita sujeira.

E nós, agarrados à fé, torcendo para que a verdade venha à tona, para que as pessoas sejam sérias, para que olhem com seriedade para nós, a população que precisa de emprego, de moradia, de educação, de saúde, que quer ver seu meio ambiente protegido e resguardado, que não quer ver sua fauna e flora destruídas por fogo.

Já dizia Winston Churchill: “A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.”

E ele tinha razão! Toda vez que uma mãe, perde um filho, todas as demais mães perdem um pouco também, compartilhamos desta dor. Todas as vezes que um estado é atropelado por uma tragédia horrorosa, todos nós somos também. Todas as vezes que um de nós se cala diante das injustiças, das ingerências, todos nós sofremos junto. Não se trata de gostar ou não de política, mas entender que nossas vidas, que nosso presente e nosso futuro depende da política. Lembremo-nos de Platão, que dizia: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”.

Enquanto população, nação, País, não basta estarmos agarrados à fé, não basta torcermos para tudo dar certo, não basta não vermos o que se nos apresenta. É preciso que tenhamos voz, que tenhamos união (enquanto nação), que lutemos uns pelos outros e não uns contra os outros, como vemos nos dias de hoje.

Será que interessa a quem a desunião de uma nação? Enquanto a nação briga, distraída, quem será que está agindo meticulosamente?
Conversemos, troquemos idéias, aprendamos a ouvir, a falar, guardemos ‘as armas’, baixemos a guarda uns com os outros, talvez assim possamos conseguir melhorar a realidade de hoje!

Encerro com um convite a reflexão, à partir de um pensamento de Bob Marley: “Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: que a humanidade viva unida … negros e brancos, todos juntos.”.

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