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Alergia a camarão: o socorro deve ser imediato

O camarão é um fruto do mar muito usado no preparo de diversos pratos típicos brasileiros como vatapá, bobó e também muito comum nas praias brasileiras em forma de espetinho ou em porções. No entanto, algumas pessoas precisam se manter afastadas desse alimento, porque ele pode causar uma reação alérgica, que pode levar até a morte.

ALERGIA A CAMARÃO
Os sintomas mais comuns da alergia são coceira, placas vermelhas pelo corpo, dor de barriga, inchaço dos lábios, olhos, boca e garganta. Ou seja, não é brincadeira e pode ser muito perigosa. O grau de alergia varia de pessoa para pessoa. O pior sintoma é o inchaço da garganta, porque ela pode levar ao fechamento da glote, impedindo a respiração e em casos extremos levando até a morte.

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Pessoas que comeram esse ingrediente a vida inteira podem adquirir uma intolerância a ele. Além disso, a ingestão de camarão também pode piorar alguns sintomas de doenças de pele, como psoríase.

Mas você deve estar se perguntando como, de fato, surge a alergia ao camarão? A resposta é simples: a culpa é da proteína. Calma, antes de você ir culpando qualquer fonte de proteína por aí, vamos explicar melhor. O problema é do tipo de proteína que está presente no camarão, que é conhecida por provocar uma reação no sistema imunológico. Enquanto ela não afeta algumas pessoas e elas conseguem digerir normalmente, sem nenhum problema, outras pessoas são mais afetadas. Nesse caso, o sistema imunológico começa a disparar anticorpos para combater essa substância que ele acredita ser maléfica, liberando a histamina. É a histamina que causa os sintomas da alergia. Por isso que os antialérgicos também são conhecidos como anti-histamínicos.

No entanto, a alergia pode não se manifestar na primeira vez em que você come, porque o corpo ainda não reconhece aquela proteína. Por isso muitas pessoas passam a vida comendo camarão para depois de um tempo começarem a demonstrar sintomas de alergia.

CASOS GRAVES
O choque é considerado na medicina o último nível de gravidade de um processo alérgico. Em contato com alguma substância tida pelo organismo como uma espécie de inimiga, os vasos se dilatam, os líquidos extravasam, causando inchaço, os tecidos deixam de receber oxigênio, a glote fecha e dificulta a passagem de ar. Sobrecarregado, o coração para.

Funciona assim: reconhecendo a presença estranha, o organismo, em resposta, começa a liberar uma série de outras substâncias, sendo a mais importante a chamada histamina, que causa vasodilatação (aumenta o calibre dos vasos sanguíneos).

Além da vasodilatação, a histamina aumenta a permeabilidade vascular, ou seja, permite maior “vazamento” de líquido para fora dos vasos, o que causa inchaço do corpo – inclusive da glote, dificultando a respiração. O aumento dos vasos ainda leva à baixa pressão e dificulta a chegada de oxigênio no tecido. A dificuldade de oxigenação sobrecarrega o coração e pode levar à parada cardíaca.

Mas nem só o camarão pode causar alergia. Os frutos do mar são divididos em dois tipos. O primeiro inclui moluscos, ostras e lulas. No segundo estão os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta e lagostim). Normalmente, pessoas alérgicas a um crustáceo também são alérgicas aos outros, e o mesmo vale para a família dos moluscos. Mas, quando se trata de alergia, cada caso deve ser avaliado particularmente.

Com testes para vários tipos de alimento e exames de sangue, é possível ter um diagnóstico preciso. A primeira pergunta de uma pessoa alérgica a camarão, por exemplo, é se ela pode comer outros frutos do mar ou peixe, e, para isso, é importante analisar aquele paciente específico, fazer o teste, porque às vezes, para ele, não é do mesmo jeito que para os demais. Há pacientes, por exemplo, que são alérgicos a camarão, mas que podem comer carne de siri.

É importante destacar que ter comido várias vezes um fruto do mar e ter ficado tudo bem não é garantia de que a pessoa não seja alérgica, já que essa condição pode ser desenvolvida ao longo da vida. Na maioria das vezes, o corpo dá sinais antes de ocorrer uma anafilaxia, uma doença grave que pode desencadear desde inchaços, falta de ar, cólicas, vômitos, diarreias a hipotensão e choque, podendo levar a morte em questão de minutos.

ANAFILAXIA
Coceira, inchaço ou manchas vermelhas. A primeira reação alérgica sempre é uma surpresa. Mas sempre quando esses sintomas de pele estiverem associados ao comprometimento de outros sistemas do organismo, como dificuldade de respirar, desmaio, tontura, palidez, vômitos ou diarreia os pais devem ficar atentos! O quadro alerta para uma reação alérgica grave, a chamada anafilaxia, que pode causar risco de morte. Por isso, o recomendável é procurar o serviço médico de emergência imediatamente. Medicar o paciente por conta própria com antialérgicos ou corticoides não resolve o problema. Ao contrário, perde-se tempo precioso para um atendimento adequado.

Infelizmente, todas as faixas etárias estão sujeitas a apresentar (ou desenvolver ao longo da vida) alergia a algum desencadeante, que pode ser alimento, medicamento, picada de inseto, etc. Não existem características orgânicas específicas para determinar suscetibilidade para ser ou não alérgico. Apenas mediante a reação, que sinaliza que o sistema imunológico do paciente respondeu em defesa àquele componente, que foi visto como agressor pelo organismo.

ONDE MORA O PERIGO
Muito se ouve falar a respeito dos alimentos, que são os campeões em provocar alergia. De fato, produtos como leite, ovo, oleaginosas e frutos do mar são grandes desencadeantes, mas é preciso observar a faixa etária também. Até os cinco anos, mais da metade dos casos é causada por alimentos. Mas, a partir dessa idade, o perfil de atividade da criança muda, ela vai sendo exposta a outras coisas que podem causar alergia grave como picada de inseto, componentes químicos de medicamentos etc. Mas, atenção! Se o seu filho for picado por um inseto e você perceber somente um inchaço grande no local, trata-se de uma alergia simples de ser contornada. Anafilaxia implica no comprometimento de outro órgão também. No entanto, se a picada não inchar tanto, mas o pequeno apresentar dificuldade em respirar pode ser anafilaxia.

O que fazer em caso de emergência?
Não há o que se possa fazer além de agir rapidamente ao se deparar com os sintomas. Portanto, a primeira coisa é aprender a reconhecer que determinados sinais se referem a uma reação alérgica grave:

– Inchaço

– Coceira

– Vermelhidão na pele + diarreia

– Vômito

– Desmaio

– Dificuldade em respirar

– Tontura

– Palidez

Cuidados diante da anafilaxia
Frente a alguma combinação desses sintomas, leve a pessoa ao atendimento de emergência mais próximo. Ao comprovar a anafilaxia, para combatê-la, o médico irá aplicar adrenalina injetável e investigar o agente causador.

A partir de então, o ideal é que crianças andem com uma pulseira de identificação com a seguinte inscrição: “Anafilaxia a determinado alimento ou reagente.” Ou que adulto, saiba identificar os alimentos que podem provocar a reação.

Os pais devem ser orientados a usar adrenalina injetável e ter o medicamento em casa caso o filho tenha contato acidental com o componente alérgeno.

Existe também uma caneta de adrenalina injetável que a criança pode levar consigo.

Informe a escola, o clube e todos os lugares que seu filho frequenta sobre a alergia, para que todos que convivam com ele saibam que o determinado produto deve ser evitado para o resto da vida.

GRUPO DE RISCO
Em crianças menores de dois anos, a anafilaxia é mais difícil de ser reconhecida, pelo menos de bate-pronto, como deve ser, já que os pequenos não falam. Definitivamente, neste caso, a alergia grave não é algo simples para os pais identificarem sem auxílio médico. Então, o sinal vermelho deve acender diante da manifestação de pele. Frente a este sintoma e de uma alteração comportamental fora do comum, como irritação, choro incessante, procure o serviço de emergência.

A atitude reivindicatória e a necessidade de estar inserido e de ser aprovado por um determinado grupo, são características peculiares da adolescência, faixa etária que também é considerada de risco, já que pode se arriscar sem medo e ter mais resistência a um limite imposto pela condição de alérgico.

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