É um tal de andar pra lá e pra cá, uma inquietação, um desassossego, a mente vai a mil por hora e o tempo não passa.
Checar o telefone, as mensagens, e-mails passa a ser uma constante, ainda que não se saiba o que se espera. O relógio é monitorado excessivamente e não bastasse tudo isso, a toda hora dá aquela vontade/necessidade de comer um chocolate, uma bolachinha, um café, tomar uma água, mesmo que sem ‘um pingo’ de fome.
Dormir uma noite inteira passa a ser um desafio a ser superado, não é mais um momento relaxante e de descanso. Não há ‘recarga de energia’, há só acúmulo de tensão e de uma sensação de ‘bichinhos andando por dentro do corpo’. Muitas vezes, durante a madrugada, vêm à mente pensamentos, medos, tensões, antecipações de problemas, aumentos da intensidade das dificuldades. As noites viram uma ‘catástrofe’ sem fim e intermináveis.
E como se tudo isso não fosse suficiente, vem ainda uma angústia, uma vontade de chorar, que pode ou não estar acompanhada do choro. Um nó na garganta, o ar parece que não entra nos pulmões e muito menos sai deles com tranquilidade.
O aperto no peito, a tensão com ou sem motivo aparente, a sensação é terrível, os dias são sofridos, os minutos não passam e em contrapartida a sensação de angústia aumenta progressivamente.
Como dizia George Bernard Shaw, “a ansiedade e o medo envenenam o corpo e o espírito.” e que verdade, não? Diante de todas estas sensações, como ficar normal? Difícil demais!
Para a Psicologia a ansiedade é um estado natural, que antecipa uma situação de perigo ou de desafio, entretanto, ela passa a ser patológica quando o estado ansioso permanece sem que haja nenhuma situação iminente ou mesmo quando até há um estímulo, mas a resposta ansiosa é desproporcional e exacerbada. Ansiedade e medo, neste caso, estão intimamente relacionados, bem como o sentimento de vazio, angústia e timidez.
Em geral, a ansiedade é caracterizada por sintomas emocionais, cognitivos e físicos, são eles: irritabilidade, sentimento de culpa, medo, preocupação exacerbada com o futuro, rebaixamento de humor, nervosismo, pensamentos negativos, aceleração de pensamentos, linguagem afetada, dor no peito, taquicardia, formigamento, calafrios, ‘frio na barriga’, tensão muscular, dentre outros.
Existem alguns fatores que contribuem para o aumento da ansiedade, são eles: ocorrência de um evento estressor, situações adversas, rompimentos de relacionamentos de forma traumática além de serem mais comuns em pessoas mais ‘aceleradas’, autocríticas ou ainda que experimentaram traumas prévios na infância, adolescência ou ainda na idade adulta.
Cada pessoa vivencia e experimenta a ansiedade, seus sintomas e consequências de maneiras diversas e tem suas particularidades. O enfrentamento das mesmas é dolorido e muito difícil para todos que vivenciam tal experiência.
A psicoterapia e a avaliação psiquiátrica (para que o médico possa avaliar a necessidade ou não da administração medicamentosa) são a maneira mais eficaz de enfrentar o transtorno de ansiedade. Passar por tudo isso sem a ajuda profissional é muito difícil, penoso e muito dolorido.
Se você se reconhece no exposto acima, busque ajuda profissional, não enfrente tudo sozinho, você pode e deve reduzir seu sofrimento e ‘aprender’ a lidar com a ansiedade de maneira funcional!
Encerro a coluna de hoje com um desejo em forma de música: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para. Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa, a vida é tão rara (…) O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós, um pouco mais de paciência (…) será que é tempo que lhe falta pra perceber, será que temos esse tempo para perder, e quem quer saber, a vida é tão rara, tão rara, a vida é tão rara.”