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Áh os filhos …

Já dizia Saramago, sabiamente (e os pais mais ‘intensos’ diriam que houve até uma ‘pitada’ de crueldade em sua frase): “Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de agir corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo. ”

Frequentemente escutamos os pais se questionando: “Estou fazendo tudo certo?”, “Ele (a) está feliz?”, “Estou fazendo o meu melhor?”, “Será que ele (a) se tornará um bom adulto?” e assim por diante…

Esses questionamentos tornam-se um interrogatório quando algo sai fora do programado e há o sofrimento ou a tristeza do filho tão amado, podendo ir desde: “Onde foi que eu errei?”, “O que foi que fiz de errado?”, “Como não percebi isso?”, até uma culpa gigante que toma conta de nós e nos faz sentirmos as piores pessoas, não merecedoras de seres tão lindos e belos.

Apenas respirem! Parem um pouco! Pais não são perfeitos, infalíveis, não acertam em 100% das vezes, pais não são videntes e nem devem ser. Não se cobre assim! Não retire a leveza e a suavidade da relação pais/filhos. Sim, como cantou Gonzaguinha: “É bonita, é bonita e é bonita!”…

Acontecerão tristezas e percalços neste caminho, ‘nossos bebês’ irão chorar às vezes, umas com razão e com sofrimento, outra por manha pura… E sempre que isto ocorrer, o coração dos pais ficará pequenino, apertado, acelerado…

Então, vamos combinar que apesar de amarmos infinitamente e sem medida, de querermos sorrisos e felicidade sempre, de desejarmos sucesso e amor, apesar de querermos que sempre tirem as melhores notas, tenham os amigos mais fiéis e leais e apesar de querermos que tenham os professores mais pacientes e mais justos, isto nem sempre ocorrerá. Nem sempre eles terão os comportamentos mais adequados, darão as respostas mais coerentes, nem sempre estarão felizes e sorrindo, poderão estar e ficar tristes, ‘com ou sem motivo’. Eles sofrerão, nós sofreremos.
Mas, então, o que fazer?

Se acalme! Nem tudo será perfeito sempre, nem deve ser. Nem sempre seremos felizes. Nem sempre a vida será justa conosco. As pessoas podem nos decepcionar, podem nos trair e precisamos enfrentar tudo isso e sair fortalecidos, mais confiantes. O mesmo vale para nossas crianças.

Invista em uma relação amorosa, cercada de amor, carinho, companheirismo, cumplicidade, confiança, diálogo. Sejam próximos o tempo todo, passem tempo juntos, em família, assistam filmes, deem risada, conversem, façam deveres de casa, conversem sobre o dia (as dificuldades e as coisas boas)…

Estabeleçam normas e regras a serem seguidas e respeitadas e sobretudo, respeitem-se sempre. Pais precisam ser respeitados por seus filhos, afinal, são os pais. Filhos precisam ser respeitados por seus pais, pois são os filhos!

Encontrem tempo para estar juntos! Sim, é possível trabalhar muito (sabemos que os dias de hoje nos impõe esta condição), estando próximos. Aquela leitura, aquele e-mail, aquele relatório é sua ‘lição de casa’, assim como a página 10 de matemática o é para seu filho. Façam no mesmo ambiente seus deveres de casa.

Jantem juntos! Assistam TV juntos, escolham o que irão ver, ainda que forem assistir algo em meia horinha.

Sejam confidentes! Sejam divertidos! Tenham papos sérios e abertos! Sim, seus filhos entenderão o ‘aperto financeiro’, aquele tratamento chato, entenderão aquela hora extra, aquele trabalho a mais…

Passem finais de semanas e férias gostosos e divertidos juntos!! Não, vocês não precisam ir à Disney, ir a shows, sair para longe para se divertir, claro que estes representam passeios incríveis, mas nem sempre são possíveis e viáveis para o momento familiar. Nem só em passeios temos diversão! É possível termos ‘maratonas de filmes’, ‘noites do cachorro quente’, a criatividade e o trabalho conjunto aproximam, fazem rir e acabam por tornarem-se inesquecíveis.

Por fim, conversem abertamente sempre e demonstrem apoio. Cobrem comportamentos adequados, ajudem que corrijam seus erros. Estejam próximos e orgulhosos nestes momentos. Apoiem quando precisarem de defesa, de amparo. Deixem sempre claro: “Estou aqui para você, porque te amo!”.

Deixem que o amor de vocês possa ser a base deste relacionamento e que o diálogo, a verdade, o apoio, o companheirismo norteiem a vida de vocês e sigam em frente.
Pode ser que apesar de tudo, as coisas ainda fujam do controle, não se resolvam, saiam em desacordo com o esperado. Não se desesperem! Busquem ajuda juntos! Procurem resolver os problemas de forma assertiva e coerente!

Lembre-se: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Sartre

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