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Ah, a falta de amor…

“Ame o próximo, como a ti mesmo.” Jesus Cristo

Ô frase pequenina, simples, sem complexidade de entendimento, mas como é duro de colocá-la em prática.

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Essa semana assistimos atônitos os EUA de Trump aprisionar crianças que entraram ilegalmente no país, juntamente com seus pais e depois em um ‘ataque de humanidade’, motivado pelo repúdio da mídia, libertar às crianças, mandando-as para abrigos diversos e manteve seus pais presos. Afinal, prender crianças não dá, né? Depois, ao libertar alguns dos pais, não todos ainda, não se sabe para que abrigo e em que estado/cidade foram estas crianças. Mas tudo será resolvido, que bom!!!

Oi??? Resolvido? Será que quem fala isso, se quer cogitou o trauma dessas pessoas? O pavor destas crianças sendo separadas de seus pais, não entendendo a língua, não reconhecendo nada, tendo sua vida completamente virada do avesso?! Será que considerou o desespero destas mães e pais ao verem, impotentes, seus filhos sendo levados de seus braços em um país estranho, uma língua ainda não falada com naturalidade e fluência? Sem um parente, um conhecido, um amigo pra ajudar.

Claro que quem fala isso ou fala também: “Áh, mas são ilegais lá, isto é uma atitude considerada crime.”, “Eles sabiam do risco, foram pegos.”, não considerou o ser humano passando por tudo aquilo.

Pensemos: quem sai de seu país, de sua casa, em barcos sem segurança alguma, enfrentam noite, riscos, escuridão, fome, sede, frio e etc só para viver uma aventura ou para quem sabe comprar um tênis importado? Não, gente!! Essas pessoas, no desespero absoluto, para ter o mínimo do mínimo (sim, pasmem, imigrante ilegal fica com as piores funções, piores condições e piores pagamentos), para poderem morar com alguma dignidade, para alimentarem seus filhos com o mínimo necessário, acabam se sujeitando a esta ‘aventura perigosa’, na ânsia de ter o mínimo.

Então, vamos parar com julgamentos! Não, eles não saem do paraíso, recusando emprego fácil, segurança, saúde e salário bom, para viver ilegalmente, à margem da sociedade, em um país que talvez lhes ofereça quase o mínimo que precisam para viver.

É lógico que não estão corretos, que este não é o caminho, que talvez isto lhes cause mais problemas do que soluções, mas como julgar alguém (uma mãe e um pai) que chegou ao limite do desespero?

Já dizia sabiamente Dalai Lama: “A compaixão tem pouco valor se permanece uma idéia; ela deve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletida em todos os nossos pensamentos e ações.”
Compaixão e amor ao próximo, queridos! Vamos sair de nosso lugar, vamos colocar nossas verdades de lado, nossas certezas de escanteio e vamos olhar de verdade, com olhos empáticos e sem julgamento a nosso próximo. E isto não significa apoiar o errado, mas buscar uma saída justa para o correto. Significa batalhar para que ninguém seja reduzido a uma condição sub-humana.

E antes de: “Áh, mas foi Clinton!”, “Obama é que foi rígido”, “Hillary, blá, blá…”, lembremos que isso não resolve mães e filhos separados por Trump, não aplaca a dor destas famílias, não cura as feridas e traumas e não justifica tal atrocidade! Sim, atrocidade!!!

Você tem filhos? Tente pensar em algo assim acontecendo com você. Eu não consigo, sem me sentir sufocada, quase desesperada. Você tem pais? Pense em alguém fazendo isto contigo e com eles, quando você era um tiquinho de gente… Que ruim, né? Que medo! Que vazio! Que angústia!

Por isso, pressionar é preciso. Batalhar para que isto seja revertido urgentemente e que nunca mais algo parecido com isso ocorra, é dever de todos nós, seres humanos! Não podemos deixar de nos indignar com fatos como estes!

É preciso achar soluções para o imigrante ilegal? Sim, mas soluções e não atrocidades e terror!!!

Vai lá Betinho e encerre este artigo com suas reflexões profundas: “O desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade.”

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