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Ágata, a onça-parda do Zoo de Piracicaba, passa por cirurgia nos olhos

Foto: Andressa Mota/CCS/Prefeitura de Piracicaba

A onça-parda Ágata, do Zoo, passou por procedimentos cirúrgicos nos olhos na manhã de hoje, sexta-feira, 23/07. Ela já acordou após a anestesia e passa bem. No olho esquerdo foi realizada a cirurgia do Flap de Gundersen, para tratar um edema de córnea e uma distrofia endotelial. Já nos dois olhos a onça-parda recebeu implantes de ciclosporina, medicamento que regula a produção de lágrimas e é eficaz no controle da uveíte, inflamação na camada média do globo ocular. Ágata também passou por uma bateria de exames. A cirurgia durou 3 horas.

A onça-parda também foi diagnosticada com catarata e precisará passar ainda por outra cirurgia para tratá-la. Esse procedimento não tem data prevista.

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Para realizar os procedimentos, além da própria equipe técnica, o Zoo contou com a atuação de médicos veterinários voluntários. Também teve o apoio da Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz) e da empresa Engemaia na compra dos implantes. O laboratório Animal Labor forneceu ainda exames realizados para descobrir as possíveis causas das alterações oftálmicas em Ágata, além de já ter realizado exames preliminares, e o Cesvet (Centro de Especialidades Veterinárias), raio-x.

A médica veterinária do Zoo, Camilla Xavier Mendes, explica que o Flap de Gundersen é uma técnica de cirurgia oftálmica que trata o edema de córnea e a distrofia endotelial. “Nessa cirurgia é removido um pequeno retalho (flap) da córnea, uma camada extremamente fina, e em seguida essa parte é recoberta por um flap conjuntival. A membrana conjuntival vai absorver o líquido que está em excesso na córnea causando o edema”, explica.

Foto: Andressa Mota/CCS/Prefeitura de Piracicaba

Foto: Andressa Mota/CCS/Prefeitura de PiracicabaQuanto aos implantes, Camilla esclarece que, “normalmente, usa-se colírio de ciclosporina, porém, por se tratar de uma onça, optou-se pelos implantes, pois o uso do colírio é impossível neste caso”, afirma. “Esses implantes são intraoculares, no formato de um pequeno comprimido, o qual faz a liberação lenta do medicamento”, continua a médica veterinária.

FEALQ – Para o diretor-presidente da Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz), professor Nelson Sidnei Massola Júnior, a iniciativa de apoio aos procedimentos está alinhada aos projetos de alcance social e de desenvolvimento humano apoiados pela Fundação no intuito de contribuir com a comunidade. “A Fealq tem como missão promover desenvolvimento científico, econômico e social do país, o que engloba ações ligadas às comunidades onde está inserida”, destacou. A entidade cobriu parte dos custos com implantes, medicamentos anestésicos e pós-cirúrgicos.

EQUIPE – Além da médica veterinária Camilla, fazem parte da equipe do Zoo a bióloga Paula Cedrowicz de Sousa Matias e a diretora do Zoo Camila de Miranda Silva e Chaves. Os voluntários que atuam nos cuidados da onça-parda Ágata são o médico veterinário anestesista Frederico Zambon; as médicas veterinárias oftalmologistas Cíntia Perches, Daniela Cremonini, Maria Guadalupe Sereno e Micaella Gandolfi; a médica veterinária especialista em homeopatia e silvestres Nathalia Trevelin; médica veterinária radiologista Silvia Oss; a médica veterinária ultrassonografia Daiane Garrido; os médicos anestesistas do Iman (Instituto de Medicina Animal) de Campinas Andréa Sesso, Paulo Gabriel Gonzalez e Natalia Camargo; e os médicos veterinários Sílvia Oss e Raphael Gaioto, do Cesvet, que realizaram raio-x na onça-parda.

“O momento é delicado e é muito importante esse apoio que estamos recebendo para que possamos dar continuidade no nosso trabalho visando a conservação e o bem-estar animal. A todos os colaboradores, nossos agradecimentos”, afirma a diretora do Zoo.

HISTÓRICO – A onça-parda Ágata foi resgatada com cerca de 25 dias, em Santa Cruz das Palmeiras (SP), e enviada para a Associação Mata Ciliar em setembro de 2017. Em janeiro de 2018 foi transferida para o Zoo de Piracicaba, quando tinha quatro meses de vida. As primeiras alterações oculares foram constatadas em setembro de 2019. Em outubro do mesmo ano, após avaliação com a oftalmologista veterinária Cíntia Perches, foi diagnosticada com uveíte, distrofia endotelial e catarata nos olhos esquerdo e direito, quando recebeu tratamento necessário.

Com a evolução da distrofia endotelial no olho direito, em julho do ano passado Ágata passou pela cirurgia do Flap de Gundersen no referido olho, realizada pelas médicas veterinárias Daniela Cremonini e Maria Guadalupe Sereno, da Pet Vision, de São Paulo.

Poucos meses depois, notou-se a evolução da distrofia endotelial também no olho esquerdo, sendo indicada a mesma cirurgia no olho esquerdo e os implantes de ciclosporina nos dois olhos, realizados hoje.

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