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Acidentes de trânsito deixam até 10 vezes mais sequelas do que mortes, alerta Conselho Federal de Medicina

Foto: Thiago Villas Boas

O Conselho Federal de Medicina (CFM) fez um alerta nesta sexta-feira (26) sobre os impactos dos acidentes de trânsito no Brasil. Segundo dados apresentados durante o 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador (BA), o país registra mais de 32 mil mortes por ano em sinistros de trânsito – o equivalente a 92 vítimas por dia. Para cada morte, estima-se que dez pessoas sobrevivem com sequelas graves ou permanentes.

O presidente do CFM, José Hiran Gallo, destacou o peso dessas consequências para as famílias e para o sistema público. “São jovens que deixam de estudar, pessoas que perdem a capacidade de trabalho e famílias que passam a conviver com dependência física e emocional. É um sofrimento prolongado”, afirmou.

O Brasil figura entre os países com maior número absoluto de vítimas no trânsito, ao lado de Índia e China, mesmo tendo uma população consideravelmente menor.

Durante o evento, Hiran Gallo também chamou atenção para o custo econômico dos sinistros. Segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os acidentes de trânsito geram impacto anual de R$ 50 bilhões. O valor inclui despesas hospitalares, reabilitação, pagamentos da Previdência Social e perdas de produtividade.

“Esse montante seria suficiente para construir centenas de hospitais de médio porte ou milhares de escolas públicas. Cada sinistro grave representa não só uma tragédia pessoal, mas também um prejuízo coletivo, ao consumir recursos que poderiam fortalecer áreas como saúde, educação e segurança”, completou o presidente do CFM.

Hiran defendeu ainda o papel da medicina do tráfego como uma especialidade que vai além da clínica médica, unindo ciência, análise de dados e contribuição direta na formulação de políticas públicas. O tema é central para discutir soluções integradas de prevenção, reabilitação e educação no trânsito.

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