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A sublime arte de amar, dia após dia

Esta semana faleceu Charles Aznavour, que cantou lindamente, a clássica canção de amor, “She”, canção que fez muito sucesso na década de 80, embalando os bailinhos e os inícios dos relacionamentos à época. Tão linda a canção, que foi regravada por Elvis Costello, em 1999 e foi parte da trilha sonora do também lindo filme Nothing Hill.

Enquanto escutava, no rádio do carro sobre o falecimento dele e sobre a música (sim, ouço rádio), o locutor colocou um trecho dela, para meu deleite, e imediatamente fiquei a pensar na letra e no amor, obviamente.

“She may be the reason I survive,
The why and wherefore I’m alive,
The one I’ll care for through the
Rough and ready years”

‘Talvez ela seja a razão para que eu sobreviva, a razão para eu estar vivo. Ela é a pessoa que eu vou cuidar, nos anos mais difíceis’, pensando neste pequeno trecho, decidi falar sobre o amor e sobre o quão sublime é este sentimento!

Em tempos de internet e de redes sociais, vemos as pessoas apaixonadas e amando, viajando e curtindo juntos, sorrindo, saindo, indo a restaurantes e festas. Não que isso não seja amor e não que seja ruim, porém, o amor transcende os bons momentos, vai além da alegria, sobrevive aos momentos difíceis, à falta de dinheiro, aos problemas de saúde, a idade avança e o amor amadurece junto de cada ruguinha e de cada cabelo branco … “Será possível, então, um triunfo no amor? Sim. Mas ele não se encontra no final do caminho: não na partida, não na chegada, mas na travessia.” Rubem Alves

O amor é a travessia, as mais belas histórias de amor, não são aquelas de amor à primeira vista, de paixão e de sorrisos, mas são aquelas construídas dia após dia, do amor que se desenha a partir da convivência, dos pequenos sorrisos, das dificuldades, dos acontecimentos corriqueiros, do suporte e apoio nas maiores dificuldades, o amor é uma construção e uma conquista diária.
Nada mais belo e gostoso que crescer e envelhecer ao lado de quem se ama. De passar o tempo juntos, de vencer desafios, de construir uma vida juntos, formar família.

Como é bom conhecermos alguém profundamente e sabermos que somos amados, da maneira como somos, com nossas belezas, com nossas ‘feiuras’, com nossas qualidades e defeitos, ‘na saúde e na doença’, como é bom podermos conviver dia após dia com alguém que nos presenteie com seu amor, com seu carinho, cuidado, preocupação e atenção. Como é gostoso compartilhar sorrisos, compartilhar bons momentos, segurar as ‘barras’ juntos, como é reconfortante saber que contamos com cuidado e com o amor em nossa vida!

Só quem convive e quem ama de forma completa e corriqueira, só quem apoia e é apoiado, só quem cuida e recebe cuidado, só quem faz rir e sorri, só quem convive e vive o dia-a-dia ao lado de alguém de forma plena e sincera conhece a segurança, a paz e a beleza deste sentimento tão sublime.

O poeta Vinicius de Moraes nos presenteia com esta linda reflexão: “A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. ”

Para encerrar a coluna de hoje, desejo que cada um de vocês ame e seja amado, dia após dia, de forma simples e sincera e que possamos melhorar a cada dia, por nós e pelo nosso amado (a), como disse Sherk em um dos filmes mais lindos e reais sobre o amor: “A gente muda por quem a gente ama”.

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