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A importância de saber calar!

Iniciei propositadamente com o pensamento impactante e forte de Nietzsche, pois durante essa semana assistimos atônitos pessoas ‘falando’ (escrevendo em redes sociais também está valendo) o que querem, porque acham que devem falar, sem pensar nas consequências de suas palavras. Não é de hoje que as pessoas não pensam efetivamente no que vão falar e como atingirão a quem ouve ou ao alvo de seus comentários ‘inocentes’/’sinceros’.

Logo no início da semana a atriz Bruna Marquezini ‘precisou’ fazer uma sequência de vídeos explicando o que deveria ser ÓBVIO: “Ser sincero é diferente de ser sem-educação ou sem noção.” e “Se suas palavras forem machucar alguém (ainda que sem intenção): fique quieto”. Bruna Marquezini (2018)

MEU DEUS! Parece tão óbvio, que ao assistir ao vídeo até achamos que ela ‘choveu no molhado’, mas ao lermos os comentários ‘inocentes’ das pessoas nas fotos dela, temos a real dimensão do quão necessário se fez aquele vídeo, quase que um vídeo para iniciantes no convívio social!

Pessoas ‘sem intenção de magoar’ e ‘sendo apenas sinceras ou elas mesmas’ ou ainda ‘apenas dando a opinião delas’ vociferando absurdos, impondo suas opiniões, seus julgamentos, seus pré-conceitos, sua intolerância, seu radicalismo…

Áh, mas eu não sou radical! Só disse o que acho! O que você disse era importante? Era relevante? Sua opinião foi solicitada? Não? Então você foi apenas radical, rude, grosseiro, inconveniente, chato, cruel, desnecessário!

Quantas mães já não escutaram: “Áh, você fez cesárea? Não sabe a ‘dor de ser mãe’.”, ou “Nossa! Dando colo toda vez que ele (a) chora, você vai criar uma pessoa fraca.”, quantas vezes não escutamos: “Nossa, você engordou? Está cheinha…”, “Gente, como você emagreceu, fica até parecendo que está doente!”. Ou ainda: “Seu marido está muito em casa: perdeu o emprego, né?”. Oi?!?! Parece mesmo normal isso? Parece que quem escuta isso se sentirá confortável com sua frase? CLARO QUE NÃO! Você sabe que está machucando, magoando, fazendo sofrer, mas mesmo assim, optou por falar, pois o sofrimento do outro não lhe impacta!

Vemos pessoas comentando em fotos das outras em redes sociais, falando em suas páginas (das redes sociais) sobre outras, as expondo e magoando deliberadamente. E pra que? Por que? Com qual objetivo? O que alcançamos com essa atitude deplorável?

Além dos lamentáveis e desnecessários comentários nas fotos da (bela, magra, simpática, madura, talentosa e jovem) Bruna Marquezini, tivemos os comentários cruéis sobre o atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro: “Plantou e colheu.”, “Mereceu.”, “Ele incitou a violência e ganhou uma facada.”, dentre outros…

Gente! Releiam antes de dar o ‘Enter’. Mereceu? Quem merece uma facada? Como assim? Áh, mas ele tem um discurso violento e tal… O seu ‘mereceu’ foi o que? Pacífico? Empático? Nãooo, foi violento! Foi odioso! Por que mesmo você disse isso? Se colocou no lugar dele, dos familiares dele, de quem gosta dele (ok se você não gosta, mas cuidado com o que você fala).
“Áh, mas eu só disse…”: NÃO DIGA! Apenas utilize-se de seu direito de PERMANECER CALADO. Direito que pode e deve ser amplamente utilizado se suas palavras servirão para ferir, magoar, expor alguém.

Empatia, pessoal! Aquela capacidade ímpar denos colocarmos no lugar do outro, tentarmos sentir o que ele sente e como sente! Como pontuou sabiamente Carl Rogers: “Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele.”.

Vamos lembrar do outro e que esse outro sente, sofre, chora, tem suas razões, suas necessidades, luta em suas batalhas diárias. “Seja gentil quando for possível…. Sempre é possível.”, Dalai Lama.

Se sua opinião irá ferir alguém: guarde-a, por favor! Não a emita! Se seu comentário vai expor alguém, não o faça, pense sobre ele. Se sua conclusão sobre alguém ou algum fato pode ser considerada cruel, delete-a não somente de onde você a escrevia, mas de sua mente! Não é preciso ser cruel! Você só magoa, fere, humilha, envergonha ao outro e só mostra o quão pequeno é seu pensamento, quão egoísta você pode ser! Seja gentil, todos nós enfrentamos diariamente nossas batalhas e não precisamos de alguém a nos julgar. O mundo fica melhor se nos auxiliarmos e nos ajudarmos ao invés de apontarmos dedo e formos cruéis uns com os outros.

Encerro com um convite a reflexão, a partir da frase impactante de Hemingway: “São necessários dois anos para aprendermos a falar e sessenta para aprendermos a calar.”.

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