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A grandeza de saber ouvir

“O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse você”. A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção.” Rubem Alves

Como é importante sermos ouvidos de verdade! Sabermos que alguém nos escuta aberta e atentamente, sem julgamento, ouve nossos desabafos, nossas tristezas, nossos medos, nossas ‘feiuras’, nossas angústias. Como é reconfortante saber que não escutaremos ‘lições de moral’, do tipo: “Áh, eu não faria assim, se fosse você…”, ou “Nossa, você é tão sortudo (a) e reclama? Deve ser até pecado!”;

Quem fala, quem se abre, precisa falar, precisa desabafar, precisa encontrar um ouvido atento, uma escuta carinhosa …

Escutar ao outro é um ato de amor, de acolhida, de carinho! É abraçar a dor dele sem tocá-lo, é ajudar a carregar as cargas pesadas do dia-a-dia.

E por que não julgar, não dar ‘minha versão’, ‘minha opinião’ do que nos foi dito? Como sabiamente pontuou Jung: “Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra; não existe uma receita para a vida que sirva para todos.”.

Muitas vezes quando ‘apontamos o caminho’ e o ‘como agir’ aumentamos o sofrimento de quem fala, pois nem sempre temos às mesmas habilidades, às mesmas facilidades, os mesmos repertórios para agir e não estamos dentro da situação em si, para entender o sofrimento e a angústia do outro.

Precisamos aprender a sermos empáticos, a exercitarmos a compreensão empática trazida e definida por Carl Rogers: “Compreensão empática é a […] capacidade de se imergir no mundo subjetivo do outro e de participar na sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal ou não verbal o permite. É a capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como ele o vê.”
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Muitas vezes só precisamos de alguém que nos escute, que esteja ao nosso lado e que diga: “Eu te compreendo e estou aqui, se precisar.”.

Como é bom sabermos que podemos falar, que podemos colocar nossas dores para fora, deixarmos sair nossos fantasmas, desnudarmos nossas feiuras, deixarmos vir à tona nossas angústias, falarmos sobre os nossos medos, sobre nossos erros, nossas raivas, nossas humanidades…

Sejamos o silêncio que abraça à alma do outro com empatia, com cuidado, com afeto, desprovidos de julgamentos ou juízos de valor!

Sabe aquela dica que nossas avós sempre nos dão? “Pense: e se fosse com você, seria legal com você, você se sentiria bem?”, pois bem, se respondemos pelo menos um ‘não’, então devemos repensar nossa futura fala, nosso comportamento frente ao ‘desabafo’ do outro.

Vamos lembrar que o mundo já tem muitos críticos, muita gente que sabe de tudo e que tem opinião formada sobre tudo, ‘aquela velha opinião formada sobre tudo’(Raul Seixas), mas temos de menos mãos estendidas, ouvidos carinhosos, escuta afetuosa, disponibilidade em somar…

“A palavra é prata, o silêncio é ouro.”, meus amigos, já dizia o Provérbio Árabe.

Encerro com um trecho de uma linda canção e um convite a refletirmos sobre o texto de hoje: “Entra no silêncio, longe dos outros, que as palavras se dirão, depois da espera, entra no silêncio, longe dos muitos e escuta uma única palavra, que irá subir do fundo do mar.

Basta ouvir uma vez e depois, o silêncio.” Zélia Duncan

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