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2020: um ano que está nos fazendo rever conceitos

Quando comemoramos o “Ano Novo”, brindamos o “Reveillon” não imaginávamos o ano que viria, não é?

Um ano tenso, um ano de incertezas (todas as incertezas juntas e misturadas), descobrimos como a vida dá uma cambalhota de uma hora para outra. Fomos obrigados a nos reinventar do dia para a noite, sentimos falta, falta de sair para trabalhar, de sair para estudar, sentimos falta de um café simples com uma amiga, de uma conversa descontraída no ‘Happy hour” da empresa, sentimos falta de não nos preocuparmos com contágios, infectados, mortos, hospitalizados …

De repente o quarto se tornou sala de aula, a sala se tornou local de trabalho, de repente fomos obrigados a reinventar nosso trabalho ou a forma de executá-lo, o isolamento social nos fez termos a certeza que somente juntos e unidos venceremos os problemas. A quarentena, as máscaras, o álcool em gel, nos deu saudade de um abraço, do toque, de estarmos tranquilos conversando uns com os outros e nos tocando. Até o formal ‘aperto de mãos’ está nos fazendo falta.

Até outro dia, o pronto socorro do hospital era o primeiro recurso diante de um problema inesperado de saúde e hoje nos vemos pensando duas vezes se devemos nos ‘arriscar’. Não pudemos conhecer os bebês próximos a nós que nasceram neste período (só vimos fotos e vídeos), não pudemos conviver com nossos avós, tios, pessoas mais velhas, para protegê-los. Quando imaginaríamos tal cenário?

Ano sofrido, ano de profundas privações: de contato, de convívio, financeiras, de trabalho, ano de muita insegurança.

Aprendemos muito sobre empatia, sim, aquela capacidade de olharmos a vida e dores do outro com os olhos dele e não com os nossos, aprendemos muito sobre a solidariedade, afinal faltou muito (o básico, inclusive) para muita gente e a solidariedade foi mais necessária e essencial que nunca, aprendemos sobre criatividade, afinal, muitos de nós, ou melhor, quase todos nós precisamos nos reinventar em algum momento, foi um ano que cobrou coragem para que pudéssemos enfrentar cada novo dia, para olharmos as notícias, foi um ano que nos ensinou muito sobre as perdas e sobre permanecermos fortes.

Estamos entrando em Novembro, com tempo frio (e chuva), ainda usamos mantas ou edredons em alguns dias para dormirmos.

Entretanto, como dizia Charles Chaplin “Nada é para sempre, nem mesmo os nossos problemas.”, graças a Deus, não é?

Que possamos finalizar este ano duro tendo aprendido lições importantes de empatia, solidariedade, respeito e amizade. Que possamos nestes dois meses restam de 2020 exercitar a proximidade (ainda que distantes) dos que nos cercam, que possamos aprender a dividir o que temos com quem nada tem, que possamos mudar nosso olhar para situações que, antes víamos com preconceito, rigidez e inflexibilidade.

Valorizemos a vida, o sorriso, o olhar, o amor e a ternura que existe em cada um de nós, que possamos entender que as coisas mudam de uma hora para outra, o que não muda são as relações que fazemos, o amor que doamos e os amigos que fazemos.

Encerro como de costume, com um convite a reflexão: “Do mesmo modo que aquele que fere ao outro fere a si próprio, aquele que cura, cura a si mesmo.” Carl Jung

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